terça-feira, 19 de novembro de 2013

Mensalão: um caso encerrado?

            A prisão de pelo menos dez condenados pelo processo do mensalão parecia uma realidade distante, contrariando as expectativas da sociedade, bem como dos próprios réus. Eles alegam que foram vítimas do populismo midiático e por isso tiveram uma pena dura e injusta. Estão agora no mesmo distrito onde, ao invés de utilizar recursos para o bem comum, aproveitaram o poder que tinham para transformar a coisa pública em “coisa nostra”.
            Segundo investigações, o esquema que levou tais indivíduos à cadeia extraiu cerca de 100 milhões dos cofres públicos, prejudicando a população brasileira direta e indiretamente. Coincidência ou não, o escândalo veio à tona no governo do então ex-presidente Lula, que alega não saber de nada desde o princípio. Difícil acreditar quando vemos que os principais mentores do esquema tinham ligação direta com o Partido dos Trabalhadores, como José Genuino, ex-presidente do PT.
            Há quem diga que aqueles cuja pena foi superior a oito anos, não deveriam cumprir pena em regime fechado, uma vez que não oferecem perigo à sociedade, pois cometeram crimes de menor potencial ofensivo. Como se surrupiar dinheiro público não matasse pessoas por falta de recursos nos hospitais; como se desviar verbas destinadas à educação não fizesse tantas vítimas do analfabetismo... Mas não, roubar uma galinha ou um pacote de arroz é mais grave do que se apropriar de dinheiro público.
            A questão é se eles terão o mesmo tratamento dado aos demais presidiários, pois figuras públicas/políticas não costumam se misturar com a “massa”, ainda mais se tratando de crimes de comoção popular. Sabe-se que Genoino já alegou problema de saúde e pediu prisão domiciliar. Henrique Pizzolato fugiu para a Itália. E aqueles que foram beneficiados pelo regime semiaberto poderão trabalhar durante o dia.
            A reclusão dos condenados abre um novo cenário na justiça brasileira, mas ainda há muito em que se avançar nas leis e no cumprimento delas. Um processo que demorou pelo menos oito anos para ser transitado em julgado, ainda não puniu severa e efetivamente todos réus nele envolvidos. Muitos ainda protelam a sentença através dos embargos infringentes e com isso ganham tempo para mexer os “pauzinhos” e se beneficiar de regalias cujas brechas da Lei proporcionam.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos 

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Sem ordem não há progresso

O Brasil está tomado por ativistas, que abraçam as causas sociais e não medem esforços para conseguir o que querem. Nessa batalha em prol da justiça, certos militantes usam a força como instrumento, a fim de atingir seus objetivos, passando até mesmo por cima da lei, quando não faltam com a ética. Agora que as ruas ganham voz, basta expor-se na mídia para que seus ideais sejam compartilhados, ganhando força, apoio e adesão.
Integrar grupos, organizações e ONG´s preocupadas com causas nobres denotam o espírito esquerdista daqueles que têm sede de igualdade. Defendem até mesmo o direito dos animais em detrimento do homem. Caso encenado pela invasão do Instituto Royal onde cães da raça beagle foram libertos sob o pretexto de que sofriam maus tratos, ao serem utilizados como “cobaias” em pesquisas para a formulação de cosméticos. Agora a instituição fecha as portas, levantando questões sobre como serão realizados os testes antes de serem aplicados em humanos.
Da mesma forma agem os manifestantes nas ruas, apoiados até mesmo pela elite burguesa. Esta última, chamada de esquerda caviar, gosta de incentivar atos em prol dos pobres e oprimidos, enquanto gozam de prestígio, conforto e regalias. Elas se expõem na mídia como defensores de uma sociedade mais justa, porém estão pouco se lixando por aqueles que sofrem com as mazelas da gestão pública, mesmo porque não precisam do Estado para enriquecerem e nem utilizam os serviços prestados por ele.
Esse viés de esquerda é totalmente desmantelado ao focarmos mais em fatos do que em argumentos – usar personagens, como o pedreiro Amarildo, para pregar a justiça social é uma forma se autopromever à custa da desgraça alheia. São socialistas convictos, mas não abrem mão dos prazeres que o capitalismo proporciona. Discursam em terceira pessoa (nós), enquanto na análise sintática exercem a função de sujeito (eu) e são aplaudidos pelo agente da passiva (você).
O Brasil vive um momento critico na política e na democracia. É preciso cautela ao levantar bandeiras e lutar pelos diretos das minorias e daqueles que não podem falar (animais). Ainda que não se possa confiar na justiça, passar por cima da lei mostra que exige-se respeito enquanto não o tem; exige-se justiça, enquanto usamos nossa medida para julgar os outros. O país precisa de cidadãos que têm sede de transformação, mas para isso é fundamental mantermos a ordem e agirmos mais pela razão e menos pelo impulso.


           Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A polêmica das cotas raciais

Há pelo menos uma década temos ouvido falar das famigeradas cotas, que reservam um percentual de vagas nas universidades, para afrodescendentes e indígenas. Recentemente na Câmara dos deputados foi aprovada uma PEC que pretende reservar vagas a parlamentares de origem negra. A proposta ainda precisa de aprovação, antes de ir ao plenário. Tal emenda pretende diminuir a disparidade entre brancos e negros no cenário político, mas aumenta a polêmica sobre benefícios estatais.
Hoje em dia ficou fácil dizer que é negro, uma vez que os critérios não se restringem às características extrínsecas, mas também à herança genética. Assim, diversas pessoas estão se declarando negras ao se candidatarem a concursos promovidos pela União, superando até mesmo os dados aferidos pelo IBGE. Logo fez surgir uma proposta na Câmara que visa estabelecer um porcentual máxima de brancos que se declaram afrodescendentes.
A intervenção do Estado nas questões sociais e culturais é muito invasiva na medida em que beneficia alguns em detrimento dos outros. Diversas pessoas se sentem injustiçadas, pois a grande maioria dos programas governamentais não leva em conta o mérito e merecimento. Todavia, as classes favorecidas, aproveitam da fragilidade desses programas e acabam forjando critérios, a fim de conseguir favoritismo em benefício próprio.
Se por um lado ajuda as classes menos favorecidas econômico e socialmente, por outro cria-se uma certa dependência e comodismo por parte daqueles que se enquadram nos critérios utilizados para distingui-los. Assim, tudo que gera vínculo e subordinação estatal pode ser visto não como democracia, mas como uma estratégia que fomenta a segregação, além de servir como ferramenta eleitoreira.
Um país nunca será democrático enquanto a cor da pele for usada como justificativa das diferenças econômico-sociais. O potencial de um indivíduo vai além de sua aparência e não está estritamente ligado à sua herança genética. Se fossemos elencar tantas classes prejudicadas pelo sistema capitalista, levar-se-ia muito tempo para discutir quem realmente merece uma cota. Está aí um ministério que poderia ser criado: o das cotas e benefícios estatais.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Violência não é democracia

O Brasil vive um verdadeiro carnaval nas ruas, onde quem se diverte são os foliões mascarados e quem paga a conta somos nós. Estamos falando das manifestações que ganharam outra face ao incorporarem indivíduos empenhados na destruição e violência, grupo esse chamado de Black Block. Estes aproveitam o ensejo dos grupos ativistas para causar baderna, caos e depredação de patrimônio, colocando em risco cidadãos de bem, trabalhadores e famílias.
Especialistas oscilam entre garantias individuais, como o direito de liberdade de expressão e direitos fundamentais como segurança e proteção. Ao alegar que todo ato de protesto é legítimo, sucumbem o verdadeiro sentido de um manifesto pacífico. Não se sabe mais os reais motivos, pois o que deveria ser um exercício democrático acaba virando desordem, caos e anarquia.
Motins que não tem hora nem dia para começar afetam a sociedade como um todo, pois comprometem o transporte, a qualidade dos serviços, ameaçam o comércio e geram custos ao governo e aos empresários que têm que fazer reparos, manutenção ou substituição de tudo que é destruído pelos vândalos. Quem paga por tudo isso é o próprio cidadão, seja através de impostos mais caros, seja por meio da inflação.
Essa violência barata e gratuita remete aos primórdios, onde não tinha outra forma de conseguir algo a não ser através da força e guerra. As autoridades que deveriam tomar soluções enérgicas são vítimas de uma justiça que faz vista grossa a crimes de menor potencial ofensivo. A sociedade demora séculos para construir valores que caem por terra em fração de segundos.
Indivíduos insolentes sempre existiram, mas esses que usam o estado democrático de direito como pretexto para fazerem o que querem não merecem ser chamados de cidadãos – precisam ser punidos, não como criminosos, mas como terroristas que ameaçam a democracia, o direito da liberdade e a necessidade de segurança. Enquanto perdurar a impunidade, pessoas de bem, inocentes, que não têm culpa de nada pagarão o preço por viver numa sociedade sedenta de justiça e paz.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Desejos e sentimentos

            Existem muitas canções, em especial as sertanejas, que retratam o grande dilema do amor, os sentimentos que ele provoca, bem como as paixões e desilusões amorosas. Seria o homem predisposto a sofrer por amor? Alguns têm medo de sentir atração por outra pessoa, outros têm interesse por indivíduos diferentes em pouco espaço de tempo. É nato do ser humano viver essa instabilidade no amor, ou devemos encaram como liberdade e emancipação dos desejos?
            Luiz Felipe Pondé, escritor e filósofo, já dizia que nem só de liberdade vive o desejo, mas também de medo, pecado e vergonha. Esse livre arbítrio nos motiva a escolher parceiros com que desejamos satisfazer necessidades sexuais e caso exista afinidade, constituir uma relação sólida e duradoura. E quando assumimos compromissos com esta, deveríamos, pelo menos, honrá-los. Mas eis que fatores instintivos e perversos podem balançar tal relacionamento.
            Certos indivíduos idealizam o parceiro e projetam nele seus desejos mais íntimos, expõe sua intimidade, pois acreditam em sua boa índole. Não que isso seja errado, mas em qualquer circunstância, a racionalidade deve falar mais alto que as emoções. Há pessoas que mergulham no universo dos sentimentos, na esperança do parceiro corresponder suas expectativas, não aferindo os riscos e danos que tal investimento possa custar.
            É fácil falar “vá com calma”, “não se apaixone”, quando na verdade não é possível medir um sentimento, algo intrínseco e subjetivo, que só quem sente pode questioná-lo. A poetisa Cora Carolina escreveu que coração dos outros é terra que ninguém pisa. E uma coisa é certa: ninguém pode se entregar a outrem, sem conhecer a si mesmo, seus desejos e intenções.
            Num tempo em que muitos querem ganhar tempo, colecionando relacionamento como troféus, é preciso ser menos instintivo e mais racional. As necessidades sexuais não podem sobrepujar os valores morais, banalizando as relações amorosas e as instituições como o matrimônio e união estável. É digno de louvor que sabe administrar seus desejos, controla seus instintos e não culpa a sociedade pela promiscuidade, perversão e vazio sentimental humano.

           
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Enquanto há tempo

            O físico Benjamin Franklin já dizia que tempo é dinheiro e não estava errado com essa afirmação.  Atualmente, temos tantos afazeres diários que às vezes o dia fica curto para cumpri-los. É trabalho, são os estudos, compromissos, família, negócios e quase não há tempo para o lazer. Somos cobrados, tanto pelas instituições, como pela sociedade, a estar a par de tudo – tendências, novidades, notícias. O mesmo acontece com nossa formação – precisamos cada vez mais de qualificação, a fim de mantermos nosso trabalho e galgar novas posições no mercado.
            Essa necessidade de administrar o tempo para resolver tudo que está pendente tem levado muitos a sentirem culpa por não conseguirem atingir seus objetivos – a esposa se queixa que o marido não tem tempo para ela, o filho reclama que os pais ficam o dia todo fora de casa e assim vão adiando esse tempo na esperança de que um dia tudo se normalize.
            Há quem diga que é prazeroso sair de casa de manhã e só voltar à noite. Eles sentem-se satisfeitos com a rotina que levam e têm pânico em ficar ociosos. A verdade é que enquanto o vigor físico existir haverá predisposição para aturar rotinas. Mas é preciso cautela para não confundir necessidade com obsessão, pois esta última pode levar ao estresse e a pessoa só percebe quando chega no seu limite, exteriorizando através de insultos, intolerância, raiva e agressividade.
            O mundo contemporâneo cobra demais das pessoas – a gente tem que ser filho, aluno, irmão, colega, cidadão, motorista e se falhamos em algum desses papéis é porque não estamos preparados para lidar com contratempos. A cultura brasileira exige que sempre acertemos de imediato, o que de certa forma cria uma frustração quando não conseguimos desempenhar/realizar/executar determinada tarefa com êxito.
            Devemos analisar em qual estágio nossa vida se encontra: se é aquele onde não temos tempo nem pra nós, nem para os outros ou se conseguimos administrá-la de tal forma que o tempo não interfere negativamente nas relações sociais e familiares. Mais do que ser reconhecido pelo esforço e dedicação, é preciso medir nossa satisfação pessoal, além de procurar descobrir qual a imagem que os outros têm de nós.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Terra sem lei, cidadão sem vez

Há pelo menos três meses os telejornais só têm noticiado manifestações – estudantis, sindicalistas, progressistas e por aí vai. Estamos cansados de ouvir que tais reivindicações são legítimas na medida em que vivemos numa democracia e todos têm o direito de expressar seus anseios e lutar por causas justas. O problema começou quando os manifestos foram tomados por uma onda de violência, atribuída principalmente a grupos que fazem das ruas uma anarquia através do vandalismo.
            Recentemente a categoria dos professores tem saído às ruas em busca de melhores salários, plano de carreira, melhores condições de trabalho e reconhecimento enquanto profissional responsável pela formação de cidadãos. Com isso a greve se estende e prejudica diversos alunos, que se tivessem condições, não precisariam da educação pública.
            O descontrole e o caos já tomam conta das grandes cidades. De um lado os manifestantes exigindo reformas, do outro as vândalos, incitando a violência, destruindo patrimônio público e privado. O cenário de guerra esta armado. Autoridades se vêem impotentes diante da precisão e audácia dos marginais. No dia seguinte, contabilizam os prejuízos, os mortos e feridos. E a sensação é de haverá sempre um motim iminente.
            O estado repudia todo ato violento e diz que vai punir cada um dos responsáveis, mas estes são “malandros” e escondem os rostos para não serem identificados. Instaura-se um clima de segurança e uma onda de incertezas num país que já detém altos índices de violência urbana. Com isso, aqueles cujo desejo é apenas reivindicar, acabam sendo prejudicados pela minoria empenhada num terrorismo barato e espontâneo.
            Diante desse cenário é possível afirmar que o empenho das milícias é ineficaz na contenção de pequenas ondas de violência e não tem condições de evitar tamanha destruição. A impressão que se tem é de que estamos numa cadeira de cinema para assistir filmes de “bang-bang” – a única força que pode combater o inimigo são balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, numa terra sem leis, onde os cowboys trocam as armas por pedras, paus e tudo que encontrar pela frente.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Mais ética, menos proselitismo

A saúde brasileira tem sido alvo de muitas especulações depois do programa “Mais Médicos” instituído pelo governo federal. Como se já não bastasse a importação de médicos cubanos, sob o pretexto de que os daqui não querem trabalhar, soma-se a denúncia feita pela TV Globo onde médicos são flagrados vendendo receita sem consulta. Coincidentemente ou não, a gente sabe que tais práticas sempre existiram nas mais diversas áreas e profissões. Todavia isso não justifica sair por aí forjando receitas e prescrições. A reportagem veio a calhar em um momento no qual já se fala sobre candidaturas à presidência nas eleições de 2014.
O atual governo comunga com regimes ditatoriais como o da Venezuela, Cuba e Bolívia e costuma dar presente de turco aos pobres, doando com uma mão e surrupiando com a outra. Aqui, arrecada-se muito e distribui-se mal, quando não os recursos nem são destinados aos setores emergentes, pois o funcionalismo público morde grande fatia do PIB (Produto Interno Bruto).
Hugo Chávez, ex-presidente venezuelano deixou uma herança ao país, controlando os veículos de comunicação e obrigando seus cidadãos a ouvirem horas de propaganda governamental nas rádios do país. Aqui, embora ainda haja liberdade de expressão (pelo menos em tese), existe manipulação de certos veículos – empresas que atuam no ramo de telecomunicação e que fazem propaganda governamental. No Brasil também, costuma-se vender o que ninguém compra – muita gente não sabe, mas o endividamento da Petrobras cresce a cada ano e não há perspectivas de melhora. É claro, esses meios de comunicação ganham muito para falar bem de que os mantém.
A gente já viu que a ousadia petista é tamanha que o país parece mais a casa da mãe Joana – carece de ordem e progresso. Até a justiça que deveria dar exemplo, é frouxa. Aliás, o legislativo trabalha de forma que a leis sejam dúbias, onde sempre pode haver uma interpretação subjetiva.
Uma democracia não impõe regras, mas sim dá liberdade aos seus cidadãos. O direito ao voto deixa de ser exercício de cidadania, quando este é obrigatório. Mas aqui não poderia ser diferente - a massa é quem faz a diferença na contagem dos votos, por isso é preferível deixar muitos analfabetos, pois quanto menor o grau de instrução, maior a probabilidade de persuasão.
Basta ouvir opiniões de quem tem compromisso com a verdade e que não precisa ser conivente com um governo déspota, para enxergar aquilo que a mídia distorce e/ou manipula. Ela dita moda, tendência, influencia comportamento, mas é preciso ter  concepção própria acerca dos fatos e senso crítico para conquistar autonomia e  não alienação.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Você samba de que lado?

            É correto afirmar que os esquerdistas são defensores dos menos favorecidos econômica e socialmente, que abominam a opressão dos ricos sobre os pobres, enquanto aqueles que são de direita estão ao lado da elite e burguesia. Errado! Os esquerdistas abusam da retórica para convencer e ludibriar aqueles que acham que estão sendo beneficiados, mas têm ojeriza ao proletariado. Basta uma análise minuciosa aos programas de transferência de renda, bem como de concessão de bolsa (cotas) àqueles menos favorecidos. Ora, como um governo quer erradicar a pobreza incentivando-a? E como quer acabar com a discriminação estimulando a segregação racial? É a mesma coisa de dar o peixe ao invés de ensinar a pescar!
            Nos dias de hoje, ser de esquerda é o mesmo que apoiar o coronelismo, pois uma vez subordinando indivíduos aos benesses estatais, estimulam sua dependência. No governo do PT é assim: eu te dou isso e em troca você me dá seu voto de confiança.
            Esquerdistas são exímios humanistas, mas não hesitam em abrir mão do conforto e regalias para viver uma vida sem luxos e favoritismo. Reverenciam o comunismo, mas são capitalistas convictos. São como pastores que pregam a humildade e o amor ao próximo, enquanto ostentam e são indiferentes aos problemas alheios.
            Um governo que deseja realmente erradicar a pobreza e a fome deveria dar oportunidade de trabalho e incentivos para a produção e não apenas estimular o consumo, enquanto produtores carecem de subsídios para suprirem a demanda.
            Os “direitas” não são contra o desenvolvimento econômico e social do país. Ao contrário do que muitos pensam, eles estão preocupados com as causas sociais e econômicas que afetam o país.
            As cartas foram dadas para jogadores que só sabem trapacear, blefar e se dar bem à custa do povo.
            No país do samba, você samba de que lado?


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Machismo, feminismo, homossexualismo e relativismo

Aqui no Brasil se o homem não gosta de futebol, não faz sexo antes do casamento e não se comporta como a maioria é taxado como “boiola”. Se a menina não brinca de bonecas, não é delicada e tampouco vaidosa é chamada de “machinho”. O homossexual, mesmo que discreto e sem oferecer ameaça à sociedade é tido como “doente”. Somam-se os hipócritas que denigrem a imagem de terceiros, como se não tivessem defeitos, nem fossem susceptíveis ao erro e, portanto sua verdade é que vale.
Exibir nádegas (bundas) femininas na televisão é algo natural, pois exalta a beleza da mulher e o nu é considerado “artístico”. Agora experimente expor uma “parte” masculina, exceto abdomens, que logo vão achar que estão passando dos limites e direcionando o conteúdo aos gays. A verdade é que o país expõe a figura da mulher, faz piada com elas e está tudo certo, porque o Brasil é terra do “bumbum” e do turismo sexual. Basta olhar nossas propagandas de cerveja para enxergar a “coisificação” feminina, vinculada à bebida, ou seja, é viril, masculino e sedutor quem bebe cerveja, ainda que “moderadamente”.
A mídia teme exibir cenas que envolvem relacionamento entre dois homens, mas beijo entre duas mulheres é natural, pois dá “ibope” e “estimula” os machões de plantão. Aqui homem não pode dar beijo em um amigo como gesto de cumplicidade e carinho, pois fomos criados para sermos "durões" e não demonstrar nossos sentimentos. Homem não pode chorar, tem que ter postura de homem, caso contrário é um banana!
Muito mais fácil aceitar ela com uma calça boyfriend do que ele com uma calça justa e de lycra. Homem que é homem não usa maquiagem, nem creme hidratante. Se se depilar então, xi, é viado!
A cultura brasileira é retrógrada e conservadora, ao mesmo tempo em que é moderna no tocante à figura feminina, pois exibe e comercializa produtos e serviços, expondo-as de tal forma que lá no estrangeiro não se tem outra imagem a não ser aquela vinculada à terra do futebol, das mais belas praias e das “lindas” mulheres.
O Brasil precisa de um “F5” em sua cultura ou se não nunca chegará a país de primeiro mundo, com esse pensamento machista, ofensivo e degradante.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Mania de esquerdismo

Nada mais admirável do que esquerdistas imbuídos pelo desejo de revolucionar, mudar o mundo, inspirados em Che Guevara e/ou ideologias comunistas. Com o advento da internet e das redes sociais, eles conseguem incutir suas ideias e conquistar a maioria. Mas será que seus pensamentos são condizentes com a realidade que vivem ou tudo não passa medo, insegurança e covardia?
Muita gente tem necessidade de aderir ao “politicamente correto” porque é uma “tendência” e uma maneira de ser aceito socialmente enquanto indivíduo vulnerável e submisso ao sistema. Esse pensamento ético pode ser uma forma de evitar o sofrimento, pois tudo que é avesso ao “populismo” é tido como ameaça à ordem social e subverte aos princípios da igualdade e coletivismo.
            O mundo está cheio de “esquerdas” que defendem causas sociais, que lutam pelos direitos das minorias, que visam combater o preconceito e discriminação... É louvável ser solidário ao sofrimento humano, porém certas pessoas pregam uma moral abstrata – não fazem o que dizem e estão mais preocupados com si mesmo do que com os outros. Falam sempre no coletivo, ditam regras e decisões cujo objetivo é se esconder dentro de seu medo maior.
            Para determinados indivíduos é conveniente demonstrar uma preocupação coletiva porque têm medo de assumir sua individualidade - enfrentar a si mesmo lhes causa medo e eles podem ter problemas com isso. A autenticidade tem um preço cujo nem todos estão disposto a pagar – preferem se anular a esboçar sua coragem criativa.
            Diversas pessoas querem agradar porque são frágeis. E a fragilidade nada mais é que o medo de sofrer. Esse problema define a relação entre conhecimento e coragem, algo raro atualmente – pessoas capazes de enfrentar riscos verdadeiramente. Não precisamos nos aniquilar enquanto indivíduos por medo de sermos repreendidos. Mais do que tentar convencer os outros de que precisamos “arrumar o mundo” é preciso organizar nossa própria vida e assumir riscos.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Mensaleiros da paz

Eu diria que o Brasil dormiu com morcegos e acordou de ponta cabeça! O que vimos ontem foi o “movimento passe livre” em prol da impunidade e mais uma ação dos Black Blocs desmascarados – o voto do ministro Celso de Mello, embora fundamentado em direitos garantidos por lei, foi imoral e feriu a dignidade brasileira, fazendo surgir um sentimento de descrença e pessimismo no cenário nacional.
            Os condenados do “mensalão” terão a chance de se livrar de penas as quais tiveram pelo menos quatro votos contrários à condenação. Alguns deles – cogita-se – nem cumprirão a sentença em regime fechado, podendo ainda ser beneficiados pela prescrição da pena. Alguém tem dúvida disso? Certamente foi mais uma manobra a fim de ganhar tempo e adiar o julgamento que se arrasta há pelo menos oito anos.
            O clima está favorável para aqueles que têm “rabo preso” na política e justiça, pois a quadrilha cujos mensaleiros pertencem é de modo análogo ao PCC (Primeiro Comando da Capital), na medida em que são tão articulados como as facções – por trás rola muito dinheiro e seus membros nunca serão desamparados – é um verdadeiro circo onde a gente paga pra ver “trapalhadas”.
            Daqui alguns anos vamos olhar para trás e enxergar o maior golpe de estado, onde lulopetistas nem sequer dissimulam sua gana pelo poder, ainda que para isso tenham que passar por cima da justiça, fazendo vista grossa à comoção popular. Um governo esquerdista que cada vez mais se assemelha ao venezuelano está a um passo de se equiparar à famigerada ditadura cubana.
            O dia que não terminou foi marcado pela atitude eloquente e insana de um cidadão que prioriza os anseios pessoais em detrimento da maioria – ele, Celso Mello teve a chance de provar que não está ali por brincadeira, mas foi o protagonista de uma novela da qual a gente não gostaria de ter assistido. Resta-nos apenas aguardar o desfecho dessa comédia da vida privada, onde quem ri por último, ri melhor!

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Burocracia - um passo para trás

              Quem já voltou pra casa sem resolver um problema porque não levou um documento ou deixou uma informação pendente não sabe o que é frustração diante da burocracia, que dificulta processos em nome das normas e procedimentos vigentes. Segundo a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, oito em cada dez brasileiros consideram o Brasil um país burocrático e acreditam que ela atrapalha o desenvolvimento, bem como fragiliza os serviços e aumenta o preço dos produtos.
            Requerer aposentadoria/pensão, fazer um inventário, encerrar uma empresa, são tidos como atividades simples, mas que exigem muita paciência. Em seguida, aparece a emissão de passaporte, limpar o nome do Serasa/SPC... Tais serviços, não raras vezes, precisam ser executados com certa agilidade, mas dependem de instituições e/ou órgãos públicos que têm prazos para cumprirem suas incumbências.
            As instituições financeiras são muito exigentes com seus clientes, a fim de evitar fraudes, garantir segurança e evitar inadimplência. Quando algo não funciona ou demora demais elas colocam a culpa no sistema – o mesmo que bloqueia créditos, que restringe produtos, que nos denomina como bons e “maus” consumidores. O banco de dados, ao mesmo tempo em que facilita, pode prejudicar um cliente, quando ele acusa pendências as quais o indivíduo sequer teve conhecimento.
            O serviço público de saúde também sofre com o excesso de burocracia – começa pela fila para conseguir um atendimento, até os “prontuários” que devem seguir às normas do SUS. Muitas vezes, o paciente precisa de atendimento prioritário e não dão a devida importância ao caso, tudo em nome dos “procedimentos internos”. A ineficácia e a imperícia podem culminar com o agravamento do quadro clínico e até mesmo a morte.
            É preciso questionar certos “padrões” estabelecidos. O brasileiro já sofre com a ineficiência do transporte público e com a justiça lenta e duvidosa. Em uma época em que tempo é dinheiro, mas nem tudo pode ser conseguido através dele, é necessário criar mecanismos que poupem as pessoas e facilitem seu dia-a-dia. As filas são um exemplo de organização, mas quando elas ultrapassam os limites é sinal de que algo está errado: ou a procura é maior que a demanda ou o sistema utilizado é ineficaz.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Pensamento verde, atitude madura

Nada contra ideologias, filosofias de vida, crenças, concepções ou seja lá qual for o termo empregado, mas há muita gente pregando falso moralismo, achando que está dando bons exemplos, quando na verdade suas atitudes mostram egoísmo, ainda que pense que está fazendo o bem para a sociedade, meio ambiente ou para o mundo.
Alimentação saudável, desenvolvimento sustentável são assuntos em alta que deixa muita gente preocupada com si mesma e com os outros. É óbvio que todos querem ter uma vida longa e a mídia nos enche de mensagens que chamam a atenção para a importância de ter hábitos saudáveis, bem como cuidar da fauna e  da flora, a fim de preservamos o planeta e a própria existência humana.
Até entendo quem é vegetariano, quem não usa roupas/calçados que para serem produzidos ceifam a vida de pobres animaizinhos em extinção... Mas em contrapartida comem alimentos que chegam à mesa graça ao trabalho “suado” do “bóia-fria” e anda de carro à álcool em detrimento do pobre cortador de cana. São os mesmos que dizem não ao desperdício, mas jogam comida fora, lavam calçadas com jatos de água, que não abrem mão do ar condicionado, entre outros.
A sociedade capitalista prega o consumismo e é quase impossível usufruirmos dos benefícios que a tecnologia, ciência e natureza nos proporciona sem se eximir de “culpa” por consumir ou utilizar determinado produto/serviço.
É louvável quem “pensa verde” e se preocupa com o ecossistema e com a espécie humana, mas é maduro que sabe racionar suas atitudes e enxerga além de que os olhos podem ver. Por trás desse utopismo barato, podem estar intenções que nada valem sem grandes atitudes e que pouco contribuem para um futuro sem riscos e ameaças.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Mais honestidade e transparência

Eu também acho que o Brasil pode melhorar, ao contrário de muitos céticos que só reclamam. Sem dúvida, o país é deficiente em vários aspectos, entre eles saúde, educação e blá-blá-blá. Mas não adianta só ficar compartilhando mensagens de indignação do Facebook se pouco fizermos para que tal qual se reverta; a começar pelo bom exemplo em casa, no trabalho e na sociedade.
Uma das questões mais polêmicas e discutidas na atualidade é a corrupção. Mas ser corrupto é algo nato ou somos orientados a ser assim? Rousseau já dizia que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Quando obtemos vantagem em detrimento de outra pessoa é corrupção! É isso que muitos políticos fazem e prejudicam milhares de cidadãos, imbuídos pela ganância e desejo de “se dar bem”.
Qual é sua concepção de ganhar? Ganhar é acumular riquezas, tem um bom salário e desfrutar de tudo que o mundo capitalista lhe proporciona?
Quando o patrão não paga um salário condizente para seu empregado é corrupção! Um gestor que vê seus subordinados como números e não como pessoas tende a explorá-las e não mede esforços para conseguir seus objetivos.
O problema é que a sociedade vê quem está abaixo da pirâmide como vítima de suas próprias escolhas. Será que quem mora em regiões remotas, onde carece de tudo, não gostaria de viver melhor?
            Corrupção e omissão andam juntas. Se vemos indivíduos fazendo determinadas coisas ilícitas e somos coniventes, estamos contribuindo para que tal atitude vire um hábito tão sutil que nem configura crime, como por exemplo: fraudar licitações.
            Sonegação também é um ato que muitos consideram natural, pois a carga tributária é tão alta que os empresários se acham no direito de sonegar. Ora, se não declaramos o que realmente compramos/vendemos, pode-se dizer que praticamos o preço que quisermos, na política de “quanto vale” e não de quanto custa.
            Veja que corromper não é só barganhar mil ou milhões, a intenção é a mesma. Não existe “menos pior” e “mais pior”. A sociedade que julga crimes de natureza leve como menos grave, mas são tanto quanto ruins.
            Reforço a idéia de que o brasileiro está mais carente de honestidade, de transparência, tanto quanto o bando de mensaleiros que estão à mercê da justiça aguardando se serão efetivamente presos ou não. Enquanto isso, façamos nossa parte!

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O que eles falam não é sério

            O que se viu nos últimos meses foram manifestações populares que emergiam das mais das mais diversas camadas sociais, de maneira viral, impulsionadas pelo pode das redes sociais e manipuladas pelos meios de comunicação. Sim, pasmem se for mera coincidência que o governo brasileiro se assemelhe com o da Argentina, Bolívia e Venezuela que têm controle sobre os meios de comunicação em massa, cerceando os direitos de liberdade de expressão – a censura.
            É de admirar que o ex-presidente Lula compare os presos cubanos com os brasileiros, lembrando que os primeiros são contrários ao regime que predomina do país. O mesmo acontece com os médicos que de lá vieram sem garantias trabalhistas, sem direito de rescindir contrato e sem saber o quanto vão ganhar realmente. Há rumores que esse acordo já estava firmado antes mesmo dos protestos eclodirem, pois a relação com o governo cubano é de longa data.
            Um partido de esquerda como o PT defende ideais do povo, das classes menos favorecidas, mas o que vemos no Brasil é extremamente ao contrário: o aumento da disparidade entre pobres e ricos, além da hegemonia partidária, que quer se manter no poder a qualquer custo, usando de artifícios e manobras inconstitucionais – dribla o ministério público, manipula parlamentares para votarem à favor de seus próprios interesses e compra o silêncio de veículos de comunicação.
            As propagandas governamentais são carregadas de vanglória – exaltam a autosuficiência enquanto país emergente, como se as deficiências nacionais já estivessem sanadas. O discurso presidencial mostra o despreparo de uma pessoa que fala a linguagem popular, mas não tem jogo de cintura para enfrentar desafios econômicos e diplomáticos, tendo em vista sua subordinação ao amante político Lula, que se intitula idealizador do programa Bolsa-Família usado pelo governo como artifício eleitoreiro.
            Está na hora de demonstrar que o Brasil, embora vitimado pela má gestão presidencial, não pode deixar se influenciar por informações destorcidas e maquiadas. Precisamos identificar o cinismo disfarçado em voz de veludo, principalmente agora, em que as propagandas partidárias são carregadas de ufanismo. A demagogia é arte de manipular os outros em detrimento de seus próprios interesses, logo, é fundamental esboçarmos nossas próprias concepções baseadas em atitudes e não em palavras.
             
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Relativismo moral

Muita gente tem o costume de condenar atos praticados por outras pessoas, mas quando acontece com alguém muito próximo, um amigo ou alguém da família, temos uma ótica diferente e encaramos tal situação como normal. Esse ponto de vista pode ser entendido como relativismo moral, onde determinadas regras são válidas para outros, enquanto as mesmas não se aplicam para nós.
O ser humano tem a mania de criticar e repudiar certas atitudes ou fatos, conforme seus valores morais e culturais. Para ser mais didático, temos um exemplo um pai que abomina a prostituição, mas sabe que sua filha já “transa” com o namorado. A única diferença é que a primeira, cobra pelo serviço, enquanto a segunda, faz isso imbuída por um sentimento, mas não se exime do desejo sexual - o prazer pelo prazer.
Outros já dizem: “imagina, na minha época não era assim” ou “se fosse meu filho...”. A verdade é que enquanto acontece com outros está tudo ótimo, mas quando a possibilidade passa ser real, aí é diferente – temos outra postura e tentamos justificar o erro: “fui uma fatalidade”. Ou seja, o que antes não era concebível, passa a ser natural, simplesmente porque enxergamos dessa forma.
O mundo está cheio de falsos moralistas, que abusam da retórica para conquistar confiança e credibilidade. Abrahan Lincoln (ex-presidente do EUA) declarou que a raça branca era superior à negra, mas foi ele quem acabou como a escravidão nos Estados Unidos. Isso leva-nos a crer que entre ideias e atos há grandes diferenças e que é prudente quem julga os outros menos pelo que dizem e mais pelo que falam.
            Precisamos entender que a verdade não é imutável, que valores e costumes são diferentes para cada pessoa, se fazendo necessário entender o ser humano em sua essência – analisar suas motivações, as circunstâncias e o ambiente em que vivem. Não significa que devemos ser coniventes, mas, sobretudo, tolerantes e menos preconceituosos. Atirar e depois pensar é uma atitude covarde e mesquinha.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Falta felicidade nas cidades

             Definir o grau de satisfação das pessoas por meio do resultado “melhor cidade pra se viver” implica em desconsiderar aspectos subjetivos. O que é bom para um, pode não ser para outro. É preciso aferir a qualidade dos serviços oferecidos (públicos e privados), infraestrutura, transporte, além das características peculiares de cada cidadão – seu bem estar, segurança, reconhecimento enquanto profissional, relacionamento com a família, entre outros.
            O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um parâmetro utilizado para medir o progresso de uma região com base em três dimensões básicas: renda, educação e saúde. Mas será quem ganha um bom salário está satisfeito? Ter um ensino de qualidade implica num bom rendimento escolar? Ser referência em saúde significa que todas as pessoas estão imunes de doença e saudáveis?
            Dizer que um lugar é ótimo pra ser viver é uma questão muito relativa, haja vista que depende do que cada indivíduo prioriza: é trabalho? É qualidade de vida? É estar perto dos amigos? Veja quem nem sempre é possível conciliar todos esses aspectos e é por isso que acabamos nos adaptando ao ambiente no qual vivemos. Às vezes a necessidade nos faz tomar determinadas escolhas e, para isso, renunciar outras.
            As cidades do “interior” são tidas como pacatas, sem índices de violência e pobreza, enquanto as “grandes” cidades são sinônimo de progresso e carreira profissional, porém há maior disparidade econômica e criminalidade. São Caetano do Sul (SP) foi eleita novamente como a melhor cidade pra se morar, com base no IDH. A população é atraída pelas ofertas de emprego no setor automobilístico.
            Mais do que receber um título, é preciso entender o povo em sua essência: quais são seus anseios e necessidades? Este contentamento diagnosticado é real ou induzido? É possível sustentar este “modelo” em longo prazo? Administrar cidades não é só tarefa de gestor, é uma análise minuciosa dos desejos de um povo, oferecendo-lhe não apenas o essencial, como também atributos intangíveis que vão desde conforto, segurança e autoestima.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Velho é o seu preconceito

A gente não se da conta da velhice até não refletirmos sobre ela: é o fim da vida? É um momento de olharmos para trás e enxergar aquilo que fizemos ou nos omitimos? Seria tenebroso se vivêssemos pensando em uma vida curta. Mas o que é longevidade? É viver 100 anos ou mais? Ou é aproveitar a cada momento, como se não existisse um amanhã? Afinal, o que é ser jovem?
Idoso, meia idade, velhinho, senhor, aposentado... São tantos adjetivos os quais pessoas com idade avançada recebem. Será que eles gostam de ser chamados assim? Depende. Às vezes utilizamos tal denominação informalmente, sem intenção de ofender ou menosprezá-los, porém há pessoas que assim o chamam com o tom pejorativo, a fim de reduzi-los a criaturas incômodas e sem função na sociedade.
Quando o vigor físico já não é mais o mesmo, os movimentos requerem mais tempo e esforço para serem executados, é sinal que a idade está chegando. Biologicamente o corpo envelhece, mas não isso não implica que devemos nos privar das atividades diárias, bem como trabalho e lazer. Com exceção daqueles que têm algum problema de saúde, recomenda-se praticar sempre algo, para que o corpo não definhe e a “mente” não fique vazia e ociosa.
Especialistas indicam que é possível ter um “jovem” com corpo de “velho” e um “idoso” saudável como uma criança. Tudo isso depende dos hábitos alimentares, do estilo de vida, da maneira como lidamos com os desafios. Cada qual sabe o limite de seu corpo - o quanto precisam de sono, de repouso, pois noites mal dormidas podem prejudicar o organismo e provocar um envelhecimento precoce.
            A juventude é arte de se reinventar em cada fase da vida. Dizem que o envelhecimento é inevitável, mas a gente nunca deve ficar velho, ou seja, precisamos conservar o corpo e a mente, com o intuito de alcançarmos a tão almejada longevidade. A idade está nos olhos de quem vê, pois existe algo que não envelhece: a vontade de viver.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Era uma vez o PT

Discutir e entender sobre política é tão fundamental como saber ler e escrever. O voto garante-nos o exercício da cidadania, mas não é sinônimo de justiça e igualdade. Há pessoas que são descrentes: “ah, é uma cambada de ladrões, nunca vai mudar”, outras dão um toque de eufemismo e dizem: “tem gente boa, mas a maioria é tudo corrupta”. Seja qual for nossa concepção sobre o cenário político brasileiro, é de suma importância compreender o momento atual, a fim de escolher um representante na próxima eleição.
Até quem não demonstrou interesse em manifestar, sabe que a crise atual bate nas costas do governo como um vento frio, seguido de pancadas de escândalos e chuva de insatisfação. De repente, uma enxurrada de promessas surge da lama e do caos, sem eira nem beira, sem pés, nem barrancos. A maré abaixa, mas ainda há risco de tempestades e os meteorologistas apontam um clima de instabilidade, com nuvens de confusão e rajadas violentas de projetos inconstitucionais.
 A câmara dos deputados trabalha a todo vapor, porque a locomotiva do plenário ficou estacionada na estação da liberdade. Agora os operários querem mostrar serviço e a comandante já não sabe onde quer chegar. O risco de uma pane no sistema está iminente, mas ela não pode acionar a manutenção, porque a tucanada está solta e quer entrar na briga para ver quem bica os trens e metrôs.
O real, que mais parece fantasia, some nas mãos dos trabalhadores e aparece estampado nas mansões ministeriais e voando no palácio do planalto. No circo dos deputados tem até palhaço, mágico e malabarista – brincam, somem e manipulam. A entrada não é cobrada, apenas vira sócio em longo prazo. “Quem tá fora, quer entrar, mas quem tá dentro não sai”.
A mãe Joana acredita que para ter saúde, basta ter consulta e contrata uma leva de comunistas revolucionários vítimas da ditadura, acostumados a viver sob pressão e com pouco dinheiro. Porque aqui, não falta infraestrutura, apenas interesse em querer trabalhar. Agora ninguém morre mais (pelo menos por falta de médico).
Não adianta demonstrar indignação e ser conivente com um governo déspota, totalitário, fantasiado de papai Noel, que te dá presente nas vésperas e as costas o ano todo. Nas urnas, não seja como a “chapeuzinho vermelho”, desconfie do lobo mal.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Respeito e cidadania

As pessoas confundem irreverência com rebeldia. Parece que somos criados para seguir os padrões da sociedade e tudo que destoa do que é “normal”, é tido como desvio de conduta ou comportamento subversivo. Se você não se veste como a maioria, é relaxado; se não fuma, nem bebe é “quadrado”; se não transa antes do casamento é conservador; se não namora é gay! Até quando seremos taxados?
            Dizem que na vida a gente tem vocação – uns para constituírem famílias, outros para o celibato, e alguns para uma vida leiga e “descompromissada”. Em todas as esferas, busca-se a satisfação pessoal, bem como o desejo de pertencer a um grupo com o qual mais nos identificamos. Geralmente a gente tende a se relacionar com pessoas mais parecidas conosco, que tenham ideais e objetivos em comum. Quando não conseguimos identificar a qual grupo pertencemos, temos uma crise de identidade – mudamos com freqüência de amizades, criticamos antigas companhias e nos frustramos por não sermos aceitos por uma minoria.  
            Talvez a capacidade maior do ser humano é saber lidar com as mais diversas situações, com ponderação e bom senso, sem subestimar pessoas pelo modo como se vestem, pelo seu grau de instrução, pela suas características extrínsecas.
            O estereótipo é uma forma velada de preconceito, na medida em que subjugamos determinados indivíduos pela sua aparência física e não pelas suas qualidades intrínsecas.
             Haveria menos discriminação se todos fizessem esforços para tolerar, aceitar e quiçá, integrar aqueles cujo modo de ser foge à regra ditada pela moda, sociedade e grupos majoritários. Podemos começar pela aceitação dos médicos cubanos que irão atuar no país e que antes de chegarem, já eram (e são) muito criticados. Quanto à legalidade do exercício de suas funções e o regime no qual foram impostos, não fazem deles menos humanos, nem tampouco lhes tiram a capacidade de fazer o bem.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

"Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come"

Num momento de crise governamental, o povo brasileiro se indigna por uma série de fatores, entre eles a alta carga tributária, bem como a inflação. São inúmeras as taxas, impostos e contribuições que indivíduos, empresas e governos são obrigados a pagar, ao menos que soneguem. Especialistas dizem que o alto valor dos tributos incentiva a sonegação.
A tributação, no Brasil incide mais nas relações de consumo, do que em patrimônios e renda. Engana-se quem acha que pobre é quem menos contribui, haja vista que pesquisas comprovam que a classe C é responsável por quase 40% do consumo de produtos relacionados à alimentação, embora represente 27% da massa salarial, ou seja, consomem mais do que gastam.
            A Lei 12.741/12 obriga os setores de comércio e serviços informarem o valor do imposto de cada produto na nota fiscal ao consumidor final. Essa transparência incentiva o cidadão a cobrar dos governos uma melhor aplicação dos tributos arrecadados, pois é direito de todos saber o quanto pagam de impostos pelos produtos e serviços que adquirem.
            Estudiosos acreditam que a reforma tributária, discutida desde o mandato de Fernando Henrique Cardoso depende mais da vontade do governo em querer fazê-la, mas para isso precisaria combater a corrupção e o empreguismo que corrói o dinheiro público e diminui verbas de estados e municípios que deveriam sanar a deficiência de setores emergentes como saúde, educação, segurança e transporte público.
            O Brasil está entre as 30 nações com maior carga tributária do mundo e se posiciona em último lugar como provedor de serviços públicos de qualidade à população, perdendo para países como Argentina e Uruguai. Talvez pelo fato de que os representantes do povo estão mais interessados no bem-estar próprio, esbanjando dinheiro público com a locação de carros de luxo, usando aviões oficiais, enquanto o povo viaja em ônibus lotados e aterrissam nos postos de saúde à espera de atendimento.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Corrupção e impunidade

No Brasil nunca se ouviu falar tanto em impunidade, desde o escândalo do “mensalão” e agora, recentemente, do “propinoduto” que envolve o partido PSDB na fraude de licitações para a manutenção de trens e metrôs da cidade de São Paulo. O povo não acredita mais no poder judiciário que repudia atos ilícitos, mas não faz valer as sanções aplicadas aos condenados.
É notório que a injustiça anda à solta e beneficia principalmente aqueles que detêm poderio político e/ou econômico. Esse sistema classicista usa mão-de-ferro para punir crimes de natureza leve, como o furto de alimentos para consumo e faz vista grossa para a corrupção, peculato e formação de quadrilha, que prejudicam milhares de pessoas, uma vez que faz uso indevido do dinheiro público.
Outro problema que afeta os “menos favorecidos economicamente” é a falta de defensores públicos – sem dinheiro para pagar advogados ficam à mercê da justiça lenta e burocrática. Rui Barbosa já dizia que a justiça tardia nada mais é que a injustiça institucionalizada. Isso leva à superlotação carcerária, que já é a quarta maior do mundo com quase meio milhão de detentos.
A questão de levar vantagem indevida em virtude do cargo ocupado está associada ao pensamento de Maquiavel: “Dê o poder ao homem, e verás quem realmente ele é”. Foi o que aconteceu com várias figuras políticas no Brasil e o episódio tem se repetido atualmente. Tal fato denota o “câncer” brasileiro – a corrupção – um mal que denigre e identifica a política nacional e mostra a ineficiência das leis em punir quem é corrupto.
A sociedade clama por um sistema judiciário onde as leis sejam válidas para todos, sem distinção, porque não é possível falar em justiça num país que vê “bandidos” saírem pela porta da frente dos tribunais. A Constituição que os condena é a mesma que lhes dá o direito a embargos, a fim de anular a sentença judicial, enquanto ganham tempo em liberdade até culminar com a prescrição da pena.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos. 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Mulheres do século XXI

Foi-se o tempo em que elas se dedicavam exclusivamente aos filhos e aos afazeres domésticos. Hoje a mulher moderna é habilidosa ao conciliar seu trabalho, família e vida pessoal de maneira versátil e eficaz. Elas estão conquistando cada vez mais espaço na sociedade e o conceito de “sexo frágil” tem caído por terra. O que ainda falta é erradicar a diferença salarial entre homens e mulheres, bem como resquícios machistas do mundo atual.
Este negócio de que os serviços do lar é tarefa estritamente feminina é uma visão egoísta e preconceituosa. Onde está escrito isso? Eles não deixarão de ser “menos homem” ao lavar uma louça ou limpar uma casa. Vivemos num tempo em que todos contribuem para o orçamento familiar e não é justo o indivíduo do sexo masculino chegar em casa, sentar no sofá e fingir que tudo está em ordem e que não há nada para fazer. É questão de bom senso.
Como a mulher não mais depende financeiramente do homem ela não vê a necessidade de subordinar sua vida e felicidade a ele, ainda mais com os avanços técnico-científicos que já permitem a reprodução independente. Essa nova configuração familiar é cada vez mais comum, o que coloca a união entre homem e mulher em jogo na medida em que o nível de tolerância entre casais diminui.
A verdade é que os “padrões sociais” estão sendo quebrados – há uma mudança cultural e de valores – elas estão mais instruídas e sentem que devem dividir os papéis em casa, ao invés de serem submissas, passivas e servis. O homem já esta entendo que perante elas, a única diferença é o gênero, pois em questão de capacidade são excelentes tanto quanto eles.
O retrato da mulher atual quebra paradigmas de uma sociedade que conserva de maneira velada seu machismo. Precisamos evoluir e ter empatia para notar que sem elas, compromete-se a perpetuação da espécie humana e que com seu potencial, afinco, delicadeza e sagacidade podemos ir mais longe. Por isso, não devemos subestimá-las, pois seu papel na sociedade é fundamental e essencial para qualquer grupo, família e nação.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Devolva a copa

            Não quero de maneira nenhuma ser contra aos programas que beneficiam pessoas de baixa renda, apesar de duvidar da sua política, gestão e resultados em longo prazo.
            Recentemente a presidente sancionou uma lei que prevê meia entrada para jovens entre 15 e 29 anos de baixa renda em eventos culturais e esportivos – são 40% do total de ingressos. A mesma lei também garantirá pelo menos quatro assentos nos ônibus municipais, intermunicipais e entre estados.
            Engraçado que em algumas partidas de futebol, como aconteceu no estádio do “Mané Garrincha” em Brasília, no clássico entre Santos e Flamengo, a entrada mais barata custava 100 reais. Isso é democracia?
            Quando pensamos em sair de casa para viajar já temos que fazer as contas de quanto pagaremos de pedágio, haja vista que muitas rodovias são privatizadas, o que devia ser uma obrigação do estado, já que o IPVA deveria ser destinado à conservação das estradas.
            Voltado na questão do esporte, o Brasil vai sediar a Copa e as Olimpíadas, mas vem se preparando para isso? A Jornada da Juventude que aconteceu no Rio de Janeiro, apesar do prefeito Eduardo Paes ter dito que foi um sucesso, houve alguns imprevistos como a chuva que levou os fiéis para a praia de Copacabana. Com isso os comerciantes da região do “Campus Fidei” tiveram um enorme prejuízo, uma vez que investiram em infraestrutura e suprimentos, a fim de atender a demanda estimada. Sem contar na “pane” do metrô, a demora e atraso dos ônibus.
            O investimento pesado na construção de estádios já está custando caro para o brasileiro. Há estimativas de que serão aplicados 50 milhões até o final das obras. Tudo isso para atender aos “padrões FIFA”.
            Um país que prioriza o esporte, justificado pelo turismo e aquecimento da economia, também vê o futebol como elevação cultural, mas esquece que sem saúde e educação não se pode construir uma sociedade justa, igualitária, digna de respeito e aplausos.
            A condição de “baixa renda” não determina que uma pessoa não tem capacidade de enxergar o que está diante dos seus olhos: o descaso com o povo, a subestimação de seu intelecto e a ostentação disfarçada num falso poderio econômico, desmantelado pela mazelas da gestão pública.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A hora e a vez


A crise atual denota a insatisfação geral diante do cenário econômico-político brasileiro, galgado pela hierarquização social, falso poder de compra e vulga qualidade de vida.
Não é preciso morar em cidade grande para saber que o serviço público (às vezes privatizado, como trens, ônibus e metrôs) está mal das pernas. Basta utilizá-los para verificar sua eficiência e credibilidade – a verdade é que o cidadão se conforma(va) com isso, mas hoje, se não tem acesso à internet, pode sair às ruas para demonstrar sua indignação. Não que antes ele não podia, mas agora, impulsionados pelo momento crítico, estão motivados a lutar pelos direitos sucumbidos. Se surte algum efeito, nem as pesquisas podem determinar, porém a presidência, embora demonstrando controle da situação, vê seu império balançado pela forte onda de protestos que não raras vezes culmina com destruição do patrimônio público e privado.
Em um ano voltado para a juventude, papa Francisco (líder da Igreja Católica), disse que jovem que não protesta, não lhe agrada. Veja a importância que um formador de opinião tem na sociedade. Muitos poderiam dizer que ele (o papa) está incitando o motim, a baderna, mas se formos traduzir bem, sua intenção foi a das melhores – que nós, temos o dever de manifestar nossa indignação diante daquilo que não nos agrada. E se a insatisfação é unânime, logo dever haver uma causa justa. Ela (a presidente) tentou se justificar dizendo que o povo está indignado porque seu governo deu mais oportunidades e uma vez dado tanto benefício o cidadão está ambicioso e exige mais conquistas. Quase que convenceu (era melhor ter ficado calada).
Bem, se um dia podemos financiar um carro, uma casa ou um móvel nas Casas Bahia isso não vem ao caso, mesmo porque pegamos todos os juros, impostos e correções monetárias. Mais do que poder econômico, o brasileiro precisa de DIGNIDADE. Dignidade não é só comida. Dignidade é sair de casa as quatro da matina, subir num ônibus e ir sentado. E mais, ser digno é ter oportunidade, não ser marginalizado, não ser vítima do descaso, do abandono social, da exclusão geográfica... Dignidade é poder se curar de uma pneumonia e não morrer por ela. Dignidade é poder ir pra escola não pela merenda e sim pelo estudo. Dignidade não é morar num país que prioriza mais o esporte do que a ascensão social, a distribuição de renda, a saúde, a educação e por aí vai. Muito pelo contrário, incentiva a concentração de renda nas mãos de poucos, o uso de dinheiro público para interesses particulares. É um rol de oportunismos, oportunistas e especialistas em usurpar a política como meio de vida em detrimento dos menos favorecidos.
Brasil, o país do papa, do pop, do poupa-tempo e do “quem pode mais, chora menos”.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos