Discutir
e entender sobre política é tão fundamental como saber ler e escrever. O voto garante-nos
o exercício da cidadania, mas não é sinônimo de justiça e igualdade. Há pessoas
que são descrentes: “ah, é uma cambada de ladrões, nunca vai mudar”, outras dão
um toque de eufemismo e dizem: “tem gente boa, mas a maioria é tudo corrupta”. Seja
qual for nossa concepção sobre o cenário político brasileiro, é de suma
importância compreender o momento atual, a fim de escolher um representante na
próxima eleição.
Até
quem não demonstrou interesse em manifestar, sabe que a crise atual bate nas
costas do governo como um vento frio, seguido de pancadas de escândalos e chuva
de insatisfação. De repente, uma enxurrada de promessas surge da lama e do
caos, sem eira nem beira, sem pés, nem barrancos. A maré abaixa, mas ainda há
risco de tempestades e os meteorologistas apontam um clima de instabilidade,
com nuvens de confusão e rajadas violentas de projetos inconstitucionais.
A câmara dos deputados trabalha a todo vapor,
porque a locomotiva do plenário ficou estacionada na estação da liberdade. Agora
os operários querem mostrar serviço e a comandante já não sabe onde quer
chegar. O risco de uma pane no sistema está iminente, mas ela não pode acionar
a manutenção, porque a tucanada está solta e quer entrar na briga para ver quem
bica os trens e metrôs.
O
real, que mais parece fantasia, some nas mãos dos trabalhadores e aparece
estampado nas mansões ministeriais e voando no palácio do planalto. No circo
dos deputados tem até palhaço, mágico e malabarista – brincam, somem e manipulam.
A entrada não é cobrada, apenas vira sócio em longo prazo. “Quem tá fora, quer
entrar, mas quem tá dentro não sai”.
A
mãe Joana acredita que para ter saúde, basta ter consulta e contrata uma leva
de comunistas revolucionários vítimas da ditadura, acostumados a viver sob
pressão e com pouco dinheiro. Porque aqui, não falta infraestrutura, apenas
interesse em querer trabalhar. Agora ninguém morre mais (pelo menos por falta
de médico).
Não
adianta demonstrar indignação e ser conivente com um governo déspota, totalitário,
fantasiado de papai Noel, que te dá presente nas vésperas e as costas o ano
todo. Nas urnas, não seja como a “chapeuzinho vermelho”, desconfie do lobo mal.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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