Muita
gente tem o costume de condenar atos praticados por outras pessoas, mas quando
acontece com alguém muito próximo, um amigo ou alguém da família, temos uma
ótica diferente e encaramos tal situação como normal. Esse ponto de vista pode
ser entendido como relativismo moral, onde determinadas regras são válidas para
outros, enquanto as mesmas não se aplicam para nós.
O
ser humano tem a mania de criticar e repudiar certas atitudes ou fatos,
conforme seus valores morais e culturais. Para ser mais didático, temos um
exemplo um pai que abomina a prostituição, mas sabe que sua filha já “transa”
com o namorado. A única diferença é que a primeira, cobra pelo serviço,
enquanto a segunda, faz isso imbuída por um sentimento, mas não se exime do
desejo sexual - o prazer pelo prazer.
Outros
já dizem: “imagina, na minha época não era assim” ou “se fosse meu filho...”. A
verdade é que enquanto acontece com outros está tudo ótimo, mas quando a
possibilidade passa ser real, aí é diferente – temos outra postura e tentamos
justificar o erro: “fui uma fatalidade”. Ou seja, o que antes não era
concebível, passa a ser natural, simplesmente porque enxergamos dessa forma.
O
mundo está cheio de falsos moralistas, que abusam da retórica para conquistar confiança
e credibilidade. Abrahan Lincoln (ex-presidente do EUA) declarou que a raça
branca era superior à negra, mas foi ele quem acabou como a escravidão nos
Estados Unidos. Isso leva-nos a crer que entre ideias e atos há grandes
diferenças e que é prudente quem julga os outros menos pelo que dizem e mais
pelo que falam.
Precisamos entender que a verdade não
é imutável, que valores e costumes são diferentes para cada pessoa, se fazendo
necessário entender o ser humano em sua essência – analisar suas motivações, as
circunstâncias e o ambiente em que vivem. Não significa que devemos ser
coniventes, mas, sobretudo, tolerantes e menos preconceituosos. Atirar e depois
pensar é uma atitude covarde e mesquinha.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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