segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Relativismo moral

Muita gente tem o costume de condenar atos praticados por outras pessoas, mas quando acontece com alguém muito próximo, um amigo ou alguém da família, temos uma ótica diferente e encaramos tal situação como normal. Esse ponto de vista pode ser entendido como relativismo moral, onde determinadas regras são válidas para outros, enquanto as mesmas não se aplicam para nós.
O ser humano tem a mania de criticar e repudiar certas atitudes ou fatos, conforme seus valores morais e culturais. Para ser mais didático, temos um exemplo um pai que abomina a prostituição, mas sabe que sua filha já “transa” com o namorado. A única diferença é que a primeira, cobra pelo serviço, enquanto a segunda, faz isso imbuída por um sentimento, mas não se exime do desejo sexual - o prazer pelo prazer.
Outros já dizem: “imagina, na minha época não era assim” ou “se fosse meu filho...”. A verdade é que enquanto acontece com outros está tudo ótimo, mas quando a possibilidade passa ser real, aí é diferente – temos outra postura e tentamos justificar o erro: “fui uma fatalidade”. Ou seja, o que antes não era concebível, passa a ser natural, simplesmente porque enxergamos dessa forma.
O mundo está cheio de falsos moralistas, que abusam da retórica para conquistar confiança e credibilidade. Abrahan Lincoln (ex-presidente do EUA) declarou que a raça branca era superior à negra, mas foi ele quem acabou como a escravidão nos Estados Unidos. Isso leva-nos a crer que entre ideias e atos há grandes diferenças e que é prudente quem julga os outros menos pelo que dizem e mais pelo que falam.
            Precisamos entender que a verdade não é imutável, que valores e costumes são diferentes para cada pessoa, se fazendo necessário entender o ser humano em sua essência – analisar suas motivações, as circunstâncias e o ambiente em que vivem. Não significa que devemos ser coniventes, mas, sobretudo, tolerantes e menos preconceituosos. Atirar e depois pensar é uma atitude covarde e mesquinha.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

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