Aqui
no Brasil se o homem não gosta de futebol, não faz sexo antes do casamento e
não se comporta como a maioria é taxado como “boiola”. Se a menina não brinca
de bonecas, não é delicada e tampouco vaidosa é chamada de “machinho”. O homossexual,
mesmo que discreto e sem oferecer ameaça à sociedade é tido como “doente”. Somam-se
os hipócritas que denigrem a imagem de terceiros, como se não tivessem defeitos,
nem fossem susceptíveis ao erro e, portanto sua verdade é que vale.
Exibir
nádegas (bundas) femininas na televisão é algo natural, pois exalta a beleza da
mulher e o nu é considerado “artístico”. Agora experimente expor uma “parte”
masculina, exceto abdomens, que logo vão achar que estão passando dos limites e
direcionando o conteúdo aos gays. A verdade é que o país expõe a figura da
mulher, faz piada com elas e está tudo certo, porque o Brasil é terra do “bumbum”
e do turismo sexual. Basta olhar nossas propagandas de cerveja para enxergar a “coisificação”
feminina, vinculada à bebida, ou seja, é viril, masculino e sedutor quem bebe
cerveja, ainda que “moderadamente”.
A
mídia teme exibir cenas que envolvem relacionamento entre dois homens, mas
beijo entre duas mulheres é natural, pois dá “ibope” e “estimula” os machões de
plantão. Aqui homem não pode dar beijo em um amigo como gesto de cumplicidade e
carinho, pois fomos criados para sermos "durões" e não demonstrar nossos
sentimentos. Homem não pode chorar, tem que ter postura de homem, caso
contrário é um banana!
Muito
mais fácil aceitar ela com uma calça boyfriend
do que ele com uma calça justa e de lycra.
Homem que é homem não usa maquiagem, nem creme hidratante. Se se depilar então,
xi, é viado!
A
cultura brasileira é retrógrada e conservadora, ao mesmo tempo em que é moderna
no tocante à figura feminina, pois exibe e comercializa produtos e serviços, expondo-as
de tal forma que lá no estrangeiro não se tem outra imagem a não ser aquela
vinculada à terra do futebol, das mais belas praias e das “lindas” mulheres.
O
Brasil precisa de um “F5” em sua cultura ou se não nunca chegará a país de
primeiro mundo, com esse pensamento machista, ofensivo e degradante.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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