quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Burocracia - um passo para trás

              Quem já voltou pra casa sem resolver um problema porque não levou um documento ou deixou uma informação pendente não sabe o que é frustração diante da burocracia, que dificulta processos em nome das normas e procedimentos vigentes. Segundo a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, oito em cada dez brasileiros consideram o Brasil um país burocrático e acreditam que ela atrapalha o desenvolvimento, bem como fragiliza os serviços e aumenta o preço dos produtos.
            Requerer aposentadoria/pensão, fazer um inventário, encerrar uma empresa, são tidos como atividades simples, mas que exigem muita paciência. Em seguida, aparece a emissão de passaporte, limpar o nome do Serasa/SPC... Tais serviços, não raras vezes, precisam ser executados com certa agilidade, mas dependem de instituições e/ou órgãos públicos que têm prazos para cumprirem suas incumbências.
            As instituições financeiras são muito exigentes com seus clientes, a fim de evitar fraudes, garantir segurança e evitar inadimplência. Quando algo não funciona ou demora demais elas colocam a culpa no sistema – o mesmo que bloqueia créditos, que restringe produtos, que nos denomina como bons e “maus” consumidores. O banco de dados, ao mesmo tempo em que facilita, pode prejudicar um cliente, quando ele acusa pendências as quais o indivíduo sequer teve conhecimento.
            O serviço público de saúde também sofre com o excesso de burocracia – começa pela fila para conseguir um atendimento, até os “prontuários” que devem seguir às normas do SUS. Muitas vezes, o paciente precisa de atendimento prioritário e não dão a devida importância ao caso, tudo em nome dos “procedimentos internos”. A ineficácia e a imperícia podem culminar com o agravamento do quadro clínico e até mesmo a morte.
            É preciso questionar certos “padrões” estabelecidos. O brasileiro já sofre com a ineficiência do transporte público e com a justiça lenta e duvidosa. Em uma época em que tempo é dinheiro, mas nem tudo pode ser conseguido através dele, é necessário criar mecanismos que poupem as pessoas e facilitem seu dia-a-dia. As filas são um exemplo de organização, mas quando elas ultrapassam os limites é sinal de que algo está errado: ou a procura é maior que a demanda ou o sistema utilizado é ineficaz.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

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