Num
momento de crise governamental, o povo brasileiro se indigna por uma série de
fatores, entre eles a alta carga tributária, bem como a inflação. São inúmeras
as taxas, impostos e contribuições que indivíduos, empresas e governos são
obrigados a pagar, ao menos que soneguem. Especialistas dizem que o alto valor
dos tributos incentiva a sonegação.
A
tributação, no Brasil incide mais nas relações de consumo, do que em
patrimônios e renda. Engana-se quem acha que pobre é quem menos contribui, haja
vista que pesquisas comprovam que a classe C é responsável por quase 40% do
consumo de produtos relacionados à alimentação, embora represente 27% da massa
salarial, ou seja, consomem mais do que gastam.
A Lei 12.741/12 obriga os setores de
comércio e serviços informarem o valor do imposto de cada produto na nota
fiscal ao consumidor final. Essa transparência incentiva o cidadão a cobrar dos
governos uma melhor aplicação dos tributos arrecadados, pois é direito de todos
saber o quanto pagam de impostos pelos produtos e serviços que adquirem.
Estudiosos acreditam que a reforma
tributária, discutida desde o mandato de Fernando Henrique Cardoso depende mais
da vontade do governo em querer fazê-la, mas para isso precisaria combater a corrupção
e o empreguismo que corrói o dinheiro público e diminui verbas de estados e
municípios que deveriam sanar a deficiência de setores emergentes como saúde, educação,
segurança e transporte público.
O Brasil está entre as 30 nações com
maior carga tributária do mundo e se posiciona em último lugar como provedor de
serviços públicos de qualidade à população, perdendo para países como Argentina
e Uruguai. Talvez pelo fato de que os representantes do povo estão mais
interessados no bem-estar próprio, esbanjando dinheiro público com a locação de
carros de luxo, usando aviões oficiais, enquanto o povo viaja em ônibus lotados
e aterrissam nos postos de saúde à espera de atendimento.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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