quarta-feira, 26 de março de 2014

Desconectar

No mundo de hoje está cada vez mais difícil vivermos sem internet. Ela é útil no trabalho, nos estudos e também na vida pessoal. Com ela também veio uma tendência e hábito questionado por especialistas: “estar online”.
Além do leque de oportunidades, informações e serviços possibilitados pela rede, ainda contamos com os aplicativos, baixados em smartphones, com intuito de facilitar a vida das pessoas, bem como aproximá-las, ainda que fisicamente distantes.
Houve uma mudança de comportamento na medida em que os telefones e tablets foram inseridos no cotidiano dos jovens e adultos. Qualquer atividade rotineira pode ser desempenhada sem que estejamos “desconectados”.
Todavia esse costume está se transformando num grande dilema: até que ponto conseguimos discernir a vida real, da virtual, o ambiente offline do online? Isso não está atrapalhando nossas relações sociais?
Estamos trocando livros por e-books, televisão por computador, WhatsApp por telefonema, câmera fotográfica por Instragram e, contato pessoal, pelo virtual. Essas tecnologias estreitam relações, mas fragilizam meios tradicionais.
Quantas horas passamos por dia “conectados”? Conseguimos ficar quanto tempo longe das redes sociais? Prestamos atenção a nossa volta ou ficamos mais atentos às notificações do telefone?
A era digital trouxe interatividade, mobilidade e instantaneidade. Obtemos quase tudo na palma da mão, só que ainda não aprendemos usar o botão turn-off (desligar), fazendo vista grossa ao mundo real, um universo feito de átomos e não de bytes.



Vinicius Vendrame, publicitário, 27 anos

terça-feira, 4 de março de 2014

Uma reflexão sobre o carnaval

Todo ano é a mesma coisa “se for beber, não dirija”, “use camisinha”. Parece que carnaval se resume em sexo e bebedeira. Perderam-se os valores culturais e morais desta data. Significa modernidade ou regresso político?
O ministério da saúde procura alertar os cidadãos sobre os riscos dos quais todos estão sujeitos: bebida + direção e sexo sem prevenção.
Ano passado morreram mais de oito mil pessoas vítimas de acidentes de trânsito só no período carnavalesco. E estima-se que 150 mil brasileiros sejam portadores do vírus da Aids, mas não sabem.
Por isso é tão importante as campanhas educativas nesse período, muito embora o trabalho de conscientização deve ser o ano inteiro, uma vez que procura-se poupar vidas, além de gastar-se menos com tratamentos de doenças ou sequelas de acidentes.
Como o carnaval é uma das maiores festas do planeta, é comum muitos turistas virem prestigiar o evento. Logo, há de se preocupar com o turismo sexual, bem como com a onda de assaltos e arrastões que vitima nativos e estrangeiros.
Veja que não é fácil controlar todas essas esferas. É preciso muito jogo de cintura, técnica e execução, a fim de melhorar as estatísticas que colocam o país em estado de alerta, pois estão lidando com vidas, que são ceifadas ou limitadas diante de tantas atrocidades.
Em casa ou nas ruas, prestigiando ou não, todos brasileiros participam direta ou indiretamente dessa festividade. Mexe com a rotina de milhões de pessoas e é preciso muita cautela, prudência, num momento de euforia, ansiedade e fantasia.
Beber, dançar, beijar na boca, não é proibido. Mas é fundamental a sensibilidade, a ponderação e, sobretudo, o respeito e amor à vida. Pois campanhas não surtem resultados, se cada um achar que não é nosso dever cuidar da própria saúde, além de não prejudicar os outros.



Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A vitimização da esquerda

            Temos acompanhado os discursos inflamados de personalidades políticas, ditas de esquerda, em defesa das minorias. Estes costumam monopolizar as virtudes, pois assim encontram ampla adesão e mais favoritismo.
                Negros, pobres, gays e indígenas são tidos por estes com vítimas do sistema, que não distribui de forma igualitária educação, riqueza e justiça. E qualquer episódio cujo tais figuras sejam protagonistas, aparece gente dizendo que são frutos do preconceito e discriminação social.
                O país vive um caos na democracia e tudo virou motivo pra se protestar. Mas, o que temos visto é cenário de barbárie, onde gente do mau se infiltra no meio da manifestação com o intuito de causar motim, violência e depredação.
                Há pessoas sendo mortas, outras presas injustamente e o policiamento cada vez mais voraz e reativo. Estamos à beira de um colapso político, de modo análogo ao que tem acontecido na Venezuela e Ucrânia.
                Tudo isso se deve a essas autoridades que enxergam nos protestos um avanço democrático e político, haja vista que, em véspera eleitoral, banir esses atos, pode manchar sua imagem, diminuindo as chances de reeleição.
                A mídia tem papel fundamental na formação de opinião, mas é preciso atenta-se à veracidade das informações, para não corrermos o risco de fazermos julgamentos equivocados.
                Devemos ter o discernimento de que nem só pretos, pobres e prostitutas vão pra cadeia. Todavia, quando isso acontece, sejamos idôneos para não generalizar, tomar a parte pelo todo, uma vez que réus não têm cara, cor, etnia, sexo ou classe social.



Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Um país se faz com saúde e não com estádios

             Ontem precisei ir a um hospital público. Verifiquei que entre os problemas, o meu era o menos deles. Num país onde todos contribuem, mas poucos usufruem de um serviço de qualidade. Quem quer saúde, que pague! Infelizmente essa é a realidade. Ainda assim, quem tem plano de saúde privado sofre para marcar consultas e agendar exames. Talvez pela burocracia.
            No hospital, a impressão que se tinha é de que todos precisariam de atendimento de urgência, mas não se tinha um critério de prioridade – eram cadeiras de roda e macas nos corredores, gente gemendo de dor e médicos passando por cima faltando dizer “sofram infelizes!”.
            Esperava-se de uma a duas horas para ser atendido e a consulta não passava de três minutos. Parecia mais uma ‘psicografia’. Um diagnóstico precoce de uma doença que poderia perdurar anos. Mas insisto: quer um bom atendimento? Pague!
            Num país onde se investe apenas 4% do PIB em saúde, enquanto na Suíça esse número é quatro vezes maior. Parece que o quadro lamentoso esta longe de melhorar, pra ficar ruim.
            O programa “Mais Médicos” já deu o que falar, justamente pela sua ilegalidade, uma vez os profissionais são suspeitos de deixarem seu país e aqui ingressarem num trabalho escravo, sem direito a rescindir os contratos.
            Na verdade o Brasil é um país reacionário e não preventivo. Se atacassem a fonte dos problemas, evitar-se-ia gastar com tratamentos. Mas por que consertar o que está ruim, quando se pode gastar mais para adquirir um novo? É o que está acontecendo com os metrôs (máfia tucana) e com os estádios brasileiros construídos para a copa.
           Há problemas generalizados para deficiências pontuais. Podemos elencar um só quesito em que o país é excelente? Não. Digo, sim. Somos criativos (e mágicos), pois com tamanho descaso e sobrevida, ainda procuramos encarar a realidade, na esperança de dias melhores, num país onde o lema é “ordem é progresso”’.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Luz, câmera, cadeia!

                Já deu pra perceber que o Brasil é um país que ataca as consequências e não a raíz dos problemas. Dentre tantos casos, nos deparamos com a morte de mais um cidadão – vítima da impunidade e insegurança – o cinegrafista Santiago, atingido por artefato explosivo. Não é o primeiro e infelizmente nem será o último. Lembram do jornalista Tim Lopes? Isso prova que de lá para cá, pouco foi feito para dar segurança e suporte à impressa, pois é ela quem leva a informação até os lares e livra o telespectador das balas e rojões perdidos.
           Com o auge das manifestações, diversas celebridades e figuras políticas exaltavam (e estimulavam) os protestos, alegando ser um grande passo para a democracia brasileira. Sociólogos e pesquisadores diziam que o ‘gigante acordou’ e que era legítimo o direito de sair às ruas reivindicando melhorias. Mas o que muitos não sabiam (ou não se deram conta) é que tudo isso poderia sair do controle, com arruaceiros infiltrados querendo baderna, confusão, destruição e morte.
           Não demorou muito para que as milícias esboçassem despreparo e imperícia – diversos manifestantes saíram feridos com balas de borracha – o que despertou ainda mais revolta e aversão a tal categoria. Mas era preciso evitar o caos, pois havia patrimônio sendo destruído, além de vidas em risco. Então foi reforçado o esquema de segurança, com tropas nas ruas e policias de plantão. Contudo, representava apenas uma medida paliativa, pois já não eram mais grupos e sim quadrilhas.
            As organizações ganharam ampla adesão e até nome estrangeiro Black Blocs, mas ainda assim houve tolerância, pois não se pode repudiar ‘minorias’. Cansados de ficar em casa, sem fazer nada, por que não depredar prédios, destruir bens públicos? Claro, se pegaram a gente, responderemos em liberdade! É assim que essa gente pensa, pois a vida não tem valor – tanto faz matar ou morrer – e foi assim que vitimaram o cinegrafista – um alvo perfeito para provarem que nesse país faz-se o que quer.
         Mais do que criminalizar a homofobia, no Brasil se faz necessário uma reforma constitucional, pois tem gente que ainda não aprendeu a conviver em sociedade e precisa ficar recluso; privado de uma liberdade e libertinagem que sucumbe o direito de ir e vir, cerceia nossa necessidade de trabalhar e ameaça a democracia, que já está fragilizada com um desgoverno moldado em defesa de corruptos e culpados. A cadeia não é a única solução, mas é uma medida compulsória para aqueles que não gostam de viver e mesmo assim insistem em tirar a vida dos outros.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

Veja também: http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/democracia/tolerar-a-intolerancia-e-o-caminho-da-destruicao/

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Brasil e Cuba: uma parceria que deu certo

             Os primeiros médicos cubanos chegaram ao país há mais ou menos seis meses, sob o pretexto de que os profissionais brasileiros não quiseram se sujeitar ao trabalho em regiões remotas. Já não foi fácil engolir tal afirmação. Agora, depois que uma médica denunciou o esquema, alegando que recebe pouco mais de 900 reais, ficou evidente que o Programa é um acordo firmado entre Brasil e Cuba, onde o governo brasileiro paga cerca de 10 mil ao caribenho e o restante sabe-se lá onde vai parar.
            É evidente que a saúde brasileira necessita de investimento, muito embora o Sistema Único de Saúde (SUS) é pintado lá fora como um exemplo de eficácia e modelo a ser seguido. Mas nem é preciso utilizá-lo para saber que não é bem assim –
O sistema não carece só de profissionais: faltam materiais básicos, além de ambulâncias e infraestrutura. Porém, para calar a voz do povo nas ruas, o governo federal resolveu importar mão-de-obra, dando oportunidade para centenas deles.
            Sabe-se que Cuba é um dos poucos países comunistas, onde tira-se de quem tem muito para dar a quem tem pouco ou quase nada. Os irmãos Castro, Fidel e agora Raúl, costumam ditar regras e ai daquele que não lhes obedece! É perseguido, preso e torturado. É, em pleno século XXI ainda temos que conviver com regimes ditatoriais. Agora uma pergunta: para onde vão os nove mil reais restantes do valor pago a cada profissional que veio de lá para exercer sua profissão aqui no país?
            É possível afirmarmos que o atual governo brasileiro comunga dos mesmos princípios que a ilha caribenha? Que o programa “Mais Médicos” financia um governo déspota e desumano como o cubano? Que o comunismo, defendido pelos marxistas, oprime seu povo e tira o livre arbítrio das pessoas? Ou ainda não ficou claro que a dupla Dilma-Lula está tentando implantar um regime muito parecido com aquele que perdura há anos na ilha dos irmãos Castro?
            A médica cubana pediu asilo ao Brasil, mas sabendo que o governo brasileiro é conivente com esta falcatrua toda, pode ela sentir-se segura nesse país? Provavelmente irão deportá-la e sofrerá castigos por desobedecer às ordens de seu senhor, Raúl. É triste e lamentável a situação dela. Pior ainda é daqueles que aqui vieram, sem vontade própria, na esperança de ‘dias melhores’, só que trabalham sob um regime de escravidão.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos


Veja também: 
http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/corrupcao/que-coisa-feia-kennedy-alencar-ou-medica-cubana-nao-e-um-caso-isolado/

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Onde há fogo, há insegurança

           Outro fenômeno que virou modismo no país é ação criminosa de meliantes que querem fazer justiça com as próprias mãos. Indignados, sabe-se com lá o que, eles incendeiam ônibus (e carros) como forma de protesto? Na capital de São Paulo, somam-se mais de 30 só neste mês de janeiro. O que mais revolta, além dos atos inescrupulosos e a ousadia, é tamanha falta de racionalidade e sanidade por parte de quem comete tais delitos, uma vez que destroem um patrimônio coletivo, cujo eles próprios usufruem.
            Nunca se viu conseguir-se justiça através de violência. Isso só gera caos e desordem. Reivindicar direitos e/ou melhorias deveria ser algo pacífico e racional, mas pelo que se vê chegamos num patamar retroativo, remetendo aos primórdios, onde para conquistar-se havia necessidade de impor força, selvageria e guerra. Pois é assim que se comportam esses indolentes, que em nome da paz declaram guerra à sociedade e ficamos reféns dessa gente estúpida, mesquinha e insana.
            Se cada um fosse protestar ateando fogo onde bem entendesse, nem as águas do oceano seriam capazes de apagar o mar de chamas. Por que não incendeiam o próprio barraco ou ateiam fogo no próprio corpo? Ah não, é mais fácil destruir patrimônio público, porque não é a gente que paga mesmo? Engano. É cogitado, inclusive, o aumento das passagens, bem como onerações devido ao prejuízo causado pela perda da frota consumida pelas chamas.
            A Secretaria de Segurança Pública do estado se vê pressionada a tomar providências cabíveis, porém do jeito que eles agem (em bando) é impossível identificar todos e puni-los efetivamente. E na verdade, o clima de insegurança fica instaurado, pois quem usa transporte coletivo todo dia, sente-se ameaçado diante dos fatos. A impressão de perigo iminente representa não só um risco à sociedade, mas também à integridade física dos usuários.
            O custo de reposição da frota não é o maior dos problemas. A sociedade é prejudicada como um todo, pois com menos ônibus circulando, o cidadão tem que esperar mais tempo e sua jornada de trabalho se torna mais desgastante. As concessionárias de transporte metropolitano têm que cumprir os contratos, mas se sente lesada e impotente. E o governo perde cada dia mais credibilidade, pois segurança numa metrópole é um desafio enfrentado dia a dia e cada vez mais distante de ser alcançada.
         

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Brabeleza (paródia)


(olha lulismo aí gente)

Lá vou eu, lá vou eu
Receber o bolsa família
No carnaval petista
Feliz eu tô de bem
Como o pobre tem valor
Vem... deixa o lulismo te levar
Vem nessa pra gente lucrar
Pra ajudar o cidadão
Vem pra cá com seu cartão
Vem, vem, vem, vem...
Pra ser feliz
Eu tô sem lar, eu tô pobreza
Eu tô que tô vagal
Na favela à mercê no meio desse povo 
A gente deve ser uns bobo
Na favela à mercê no meio desse povo 
A gente deve ser uns bobo




quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Tolerância ou discriminação?

Vivemos num momento em que temos que ser cada vez mais tolerantes com as minorias e com aqueles que são ‘diferentes’. Ora, para tolerar, antes é preciso fazer distinção – se ele (a) não é igual a nós, logo, esse indivíduo pertence a determinado grupo seleto, seja pelas características extrínsecas, seja pelo comportamento. Então podemos dizer que antes de respeitar tal diferença, discriminamos?
Se formos pensar no significado literal da palavra “discriminar”, encontraremos sinônimos como discernir, perceber as diferenças, classificar tendo em conta algum motivo específico... Mas a sociedade achou uma nova forma de maquiar o preconceito através da tolerância, pois quem não é dotado de tal virtude, pode ser taxado de arrogante, herege e até subversivo.
Acontece que não se tem outra possibilidade a não ser aceitar aqueles que não são como nós, através de lavagem cerebral, do proselitismo, da demagogia política e do relativismo moral. Então, os cidadãos têm que ceder passivamente às ideologias impostas pelos fanáticos, pelos esquerdistas, pelos ativistas que pregam a paz, mas são os primeiros a fazer juízo de valor, atacando a maioria em detrimento de suas próprias concepções de que é certo ou permitido.
No Brasil, ganha-se mais pontos quem ama tudo e a todos, do quem tem seus próprios pensamentos e atitudes. Ser tolerante é ser bonzinho, não oferece risco às pessoas e se consegue prestígio. E para ser aceito, também deve-se comungar dessa tendência poltico-ideológica – que é a tolerância religiosa, ética, social – ou enfrentar dragões querendo sua cabeça porque não é igual a todo mundo.
Entre tolerância e discriminação há uma linha tênue que oscila entre o permitido e o proibido. Dizer que se respeita um pobre, enquanto tem ojeriza do povo miserável é coisa de gente preconceituosa, mas tolerante. O Brasil precisa evoluir em sua política social que segrega, distingue e restringe para então chamá-los de coitadinhos, oprimidos e menos favorecidos, porque isso rende votos.


Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Rolezinhos

Seis meses após as ‘jornadas de junho’, jovens da capital de São Paulo se reúnem nos chamados rolezinhos, como forma de protesto. O governo do estado pediu ajuda federal, mas descarta a intervenção de milícias. Lojistas e clientes se sentem ameaçados dentro de um ambiente privado. Há que defenda tais encontros, como uma expressão da ‘massa’, que se sente prejudicada pelo sistema capitalista.
Com o advento das redes sociais, os jovens estão cada vez mais conseguindo se organizar para os mais diversos fins e um deles são esses encontros nos shoppings da maior cidade da América Latina. Todavia, determinados indivíduos vão com o intuito de tumultuar, causas prejuízos e até mesmo aproveitar o ensejo para subtrair aquilo que não lhes pertence.
A legitimidade dos protestos acaba quando o foco das reuniões não é reivindicar direitos iguais ou melhorias, mas sim provocar transtorno e pânico. Sabe-se que a adolescência é uma fase onde o jovem quer revolucionar, quer assumir uma identidade/papel diante da sociedade. Logo, eles tendem a buscar formas de se expressar, mas não ponderam suas atitudes e acabam deturpando a ordem pública.
Existe ainda a questão social – repudiar atos públicos pode gerar mais violência, pois jovens são ousados e não raras vezes, gostam de contrariar. Por isso, figuras políticas hesitam tanto antes de proferir qualquer palavra que cerceie a liberdade dessa classe ávida por igualdade. Só que ficar em cima do muro não resolve. Então acabam tendo opiniões controversas e duvidosas.
É preciso entender ambas as partes – a do jovem que anseia por liberdade e a dos cidadãos que precisam trabalhar e se entreter. Então, se faz necessário muita cautela do estado ao tomar decisões radicais e sensatez dos jovens em suas ações – sem ordem, dificilmente conseguirão o querem e sem foco, não se chega a lugar nenhum. Comecem dando exemplo de civilidade e cidadania.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Politicamente correto

Vejam só que engraçado: agora, favela virou comunidade; negro, afro-descendente, deficiente, portador de necessidade especial... Tudo em nome do politicamente correto. Vivemos numa sociedade onde nosso direito de se expressar vem sendo cerceado, logo, temos que ponderar antes de verbalizar, de modo que ninguém se sinta ofendido, a fim de não sermos taxados de xenofóbicos ou preconceituosos.
Historicamente sempre houve grupos em defesa das minorias – negros, pobres, homossexuais, indígenas – mas nunca se ergueu tantas bandeiras em prol destes, haja vista que lutar por direitos igualitários virou modismo. É artista fazendo propaganda governamental incitando à igualdade, mas não abre mão daquilo que o capitalismo proporciona: carros luxuosos, mansões, viagens ao exterior...
Há que defende Cuba e até financia a ditadura. Reverencia Che Guevara, sem saber quem realmente ele foi e fez. E aqui no Brasil, há conivência no que tange às políticas públicas, que distribui benesses estatais, por meio de critérios duvidosos e aleatórios. Combate-se a desigualdade, segregando as classes, priorizando determinados cidadãos, transferindo riqueza de quem tem muito, para dar àqueles que pouco têm.
Pessoas que monopolizam as virtudes são tidas como boazinhas, pois quem vai ser contrário a não-violência, à defesa dos oprimidos? É muito fácil falar que é a favor de direitos iguais enquanto a maioria sofre com as mazelas de um desgoverno, que vende uma utopia e cada vez mais distancia o pobre do rico, o preto do branco, os gays dos héteros, os religiosos dos pagãos e assim por diante.
          Essa gana por um mundo mais justo é inerente a qualquer ser humano em sã consciência. É fundamental esboçarmos nossas próprias concepções e não se deixar influenciar por doutrinas, pelo proselitismo das pessoas que agem de má fé. Ser politicamente correto está mais ligado à relação de como nos comportamos do que como nos expressamos, pois a igualdade se conquista através de ações e não de palavras.


 Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos