Como diz o jargão “ou a gente perde,
ou gente ganha”. Quando obtemos sucesso, logro, vantagem sentimos muito prazer
e contentamento, mas quando acontece ao contrário a sensação é de impotência,
fracasso, desânimo. A verdade é que nem todos estão preparados pra perder. Isso
depende muito de qual é a nossa concepção sobre perda – ela pode ser sinônimo
de crescimento pessoal, de amadurecimento, de reflexão, de analisarmos as
causas e tirarmos algum aprendizado.
Na vida temos tantos desafios a
serem enfrentados: nos estudos, na família, no trabalho, e em todas essas
esferas estamos sujeitos ao fracasso ou a derrota. Todavia não se pode
determinar que uma vez não obtido o resultado almejado isso se torne uma regra.
Geralmente falhamos em certos pontos, não nos esforçamos o suficiente ou também
fizemos o que estava ao nosso alcance, demos o melhor, porém outros fatores
incontroláveis podem ter influenciado.
Outro fenômeno no qual não temos
muito a fazer ou evitar é a morte – ela é inerente a qualquer ser humano e
independe de nossa vontade. Tentamos encontrar razões, motivos e explicações
para as circunstâncias, mas se fomos pensar bem, ninguém devia morrer, pois
nada pode substituir alguém aqui na terra. O que fazemos, não raras vezes é
apenas nos conformar e aceitar a situação, porque não tem outro jeito a não ser
encarar a realidade. Realidade esta que às vezes demoramos pra entender.
Pessoas que vivem em condições
extremas de pobreza, que moram num ambiente hostil e perigoso podem ter maior capacidade
para lidar com a perda. Viver para elas é um risco, que estão (não
necessariamente porque querem) dispostas a correr. A maioria delas luta contra
si mesmo, na esperança de dias melhores, de mínimas condições de vida, de
dignidade e nem por isso ficam desmotivadas diante de tanto descaso, desgosto
ou sofrimento. Elas sim são verdadeiros exemplos de superação, de persistência
e determinação.
Precisamos entender que nem sempre é
possível estarmos em “vantagem” – a perda, a derrota, o fracasso são condições que
todos estão propensos. A maneira como enfrentamos tais adversidades é que nos
diferencia de perdedores e fracassados. Se temos saúde, capacidade, paixão pela
vida, temos o suficiente para recomeçar, para fazer de novo, para executar
melhor, para corrigir, para aprender que sem sofrimento as conquistas e
vitórias não teriam méritos e talvez não seriam tão “saborosas”.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos