O
ato de ingerir bebida alcoólica vai além de um hábito – pode ser entendido
também como uma expressão cultural na qual a ocasião pede um bebida desse teor.
O que aconteceu de um tempo para cá foi uma inversão de valor: já não há mais
datas específicas para se consumir a bebida, tornando um costume tão natural,
assim como ingerir água, refrigerante e similares. Até que ponto o consumo do álcool
pode ser considerado “saudável” e em qual momento ele pode se tornar um mal
para nossa saúde?
Estudos
têm apontado que o brasileiro está bebendo mais, ainda que a propaganda de
bebidas com teor alcoólico vem sofrendo restrições nos lugares e horários em
que podem ser veiculadas. Tal iniciativa visa racionalizar o consumo, assim
como aconteceu com o tabaco, pois ambas “drogas” têm seus efeitos negativos na
sociedade e implica diretamente na questão da saúde pública, que investe pesado
no tratamento e prevenção de doenças causadas por elas.
Há
quem diga que bebe “socialmente”, ou seja, somente em momentos especiais. O
problema não está apenas em ingerir, mas sim na intensidade e frequência do
consumo – começa hoje com uma dose, amanhã essa mesma quantidade já não surte
mais o efeito desejado e, por conseguinte buscamos aumentá-la gradativamente.
Logo, o que era ocasional pode ser tornar rotineiro.
Cada
qual sabe a quantidade suficiente para chegar ao estado de embriaguez. Quando saímos
“fora de si”, ficamos mais eufóricos, alegres e a coordenação motora fica
comprometida. Ao menos que tal efeito seja desejado, o risco não vale à pena,
haja vista que o organismo entende o excesso de álcool como uma ameaça ao seu
pleno funcionamento – alteram-se os batimentos cárdicos, pressão arterial, podendo
levar ao coma e em casos extremos até a morte.
O
que queremos ressaltar não é abstinência, mas sim o uso racional das bebidas alcoólicas.
Devemos evitar o exagero, não só porque faz mal à saúde, mas também em razão de
outras circunstâncias – o consumo desregrado pode até parecer sinônimo de
valentia e resistência, contudo é forte e inteligente quem sabe beber moderadamente,
evitando a ressaca moral, a enxaqueca, além de possíveis problemas no trabalho
e em casa.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos.
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