O governo se vê pressionado diante
de tantas mobilizações populares que reivindicam além de transparência,
eficiência e qualidade de serviços, como a alta carga tributária que inflaciona
nossa economia e diminui o poder de compra dos brasileiros. A insatisfação é
geral – empresários querem incentivos fiscais, trabalhadores benefícios reais e
servidores públicos dignidade e melhores condições de trabalho. As manifestações
têm cunho popular ou emergem também da elite?
Quando se pensa em revolta, luta por
direitos, lembra-se de minorias, geralmente menos favorecidas pelas políticas
públicas. Porém o atual momento de indignação nacional permite estabelecer um
paradoxo: os movimentos emergem não só das camadas mais populares, como também
de cidadãos críticos, estudiosos e gestores – isso mostra a força que essa onda
tem de despertar nas pessoas vontade de lutar por seus ideais, mobilizando
autoridades e cobrando direitos aniquilados.
O caráter apartidário dos manifestos
é apenas um subterfúgio para não atacar grupos totalitaristas. Em primeira
instância pretendia-se atacar a conjuntura política – sua má administração, a péssima
aplicação de recursos, a impunidade, bem como a ineficiência do vulgo governo
esquerdista de gerir estratégias que atendem aos direitos da maioria e não
apenas segregue e aumente a disparidade entre pobres e ricos. Sem falar no
apadrinhamento dos ministérios e seus mais de 20 mil cargos de confiança.
Numa batalha onde não há divisão de
camadas, nem representação de minorias, poderia também não existir objetivos em
comum, mas o que acontece e extremamente ao contrário – pra quem acha que não
sabem onde querem ir e onde pretendem chegar, os manifestos já estão arrancando
dos papéis medidas, que embora insuficiente para uma reforma, representam um
salto na democracia e mostram que a “guerra” está apenas começando.
Diante do exposto tem-se a seguinte
conclusão: que para exigir melhoras no atual quadro político-econômico nacional
basta apenas ser brasileiro, ter espírito revolucionista, não ser omisso e
conivente. Contudo sair nas ruas somente não basta – precisa-se além de
coragem, perseverança, otimismo e cumplicidade. O Brasil já está cheio de
pessoas que muito falam e pouco fazem, logo é dever de todos contribuir direta
ou indiretamente para uma sociedade mais justa e honesta.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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