A
presidente Dilma Roussef se vê obrigada a tomar medidas para conter as
manifestações que tomaram conta do país, mas pelo que parece lhe falta jogo de
cintura – é um rol de propostas intangíveis, desorganizadas e até
inconstitucionais. Pesquisas apontam um aumento gradativo de insatisfação de
seu governo, o que representa uma ameaça para o PT, que pretende manter-se no
poder no próximo mandato presidencial.
O
ex-presidente Lula anunciou que está descartada a possibilidade de se
candidatar a presidência na próxima eleição, logo Dilma desponta como “forte”
candidata, ao lado de Marina Silva (REDE), Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos
(PSB) e Fernando Gabeira (PV). Segundo pesquisas, se as eleições fossem hoje,
Dilma estaria tecnicamente empatada com Marina, cogitando a hipótese de um segundo
turno.
Quando
Fernando H. Cardoso deixou o poder, havia 24 ministérios. De lá para cá, esse
número quase que dobrou (hoje são 39). Seu principal partido aliado (PMDB) quer
apresentar uma “PEC” a fim de reduzir 14 ministérios, mas Lula (em entrevista)
disse que não se deve mexer neles e sim entender o que cada um faz. Pelo jeito
o líder petista tem um cardume onde nadam mais de 20 mil peixes-remo num oceano
de cargos de confiança, alimentados pelas migalhas do contribuinte.
Outra
questão que está indignando a classe estudantil é a possível convocação de
médicos estrangeiros para atender a demanda nas regiões mais remotas, sem a
realização da prova que “revalida” seus diplomas. Como se não bastasse, a
partir de 2015 os estudantes de medicina terão de trabalhar dois anos no
Sistema Único de Saúde para só então seguirem carreira. A medida foi recebida
com repúdio, haja vista que no Brasil há ótimos profissionais, faltando apenas
boas condições de trabalho e remuneração condizente.
A
conjuntura política nos leva a crer no fracasso de um governo esquerdista que
tem como principal objetivo o fortalecimento da elite, garantindo a hegemonia partidária
no poder. Todavia as manobras que o PT vem tentando fazer para consertar um
sistema frágil e vulnerável só tem surtido efeito negativo no país: revolta,
protesto e incredulidade da população, cansada de ser subestimada e oprimida
pelos impostos, inflação acentuada e pelo alto custo de vida. Lula ainda tem a
ousadia de dizer que o governo terá de fazer um esforço tremendo para conter o
processo inflacionário. Uma salva vaia!
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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