quinta-feira, 25 de julho de 2013

Profissão e realização pessoal

            A escolha de qual carreira seguir muitas vezes é permeada de incertezas; talvez seja algo mais instintivo do que racional. João Carlos Daniel (ator, diretor e produtor de TV) disse em uma entrevista que nunca deveríamos fazer o que a gente não gosta. Oxalá todas as profissões correspondessem às nossas expectativas – os chamados “ossos do ofício” são prova de que no meio profissional, às vezes, temos que renunciar a satisfação pessoal a fim de alcançar determinados objetivos organizacionais.
            A adolescência é uma fase na qual já esboçamos afinidades com aquela ou outra área e somos convidados a desenvolver essa aptidão através de cursos técnicos ou graduação. Porém nem todos podem ter essa oportunidade – por diversas circunstâncias – falta de interesse pelos estudos, falta de incentivo familiar e até mesmo porque não enxergam perspectivas a médio e longo prazos.
No mercado informal de trabalho predomina mais o acaso do que a vocação. Pela facilidade e necessidade de se conseguir um emprego, esses profissionais acabam se sujeitando à informalidade. Já na contratação regida pelas leis, a disputada por uma vaga geralmente é concorrida, exigindo capacitação, além habilidades e experiência profissionais. Todavia, existem pessoas que têm idade para desempenhar atividades laborais, mas se encaixam na categoria dos desempregados.
O número de pessoas que precisam trabalhar e não tem tempo nem dinheiro para se qualificar profissionalmente ainda é muito grande. São aqueles que mal conseguem terminar os estudos e já são obrigados a prover sustento para a família. Sua carreira geralmente é galgada pelo tempo de serviço, mas se não se qualificarem dificilmente alcançaram altos níveis hierárquicos. É uma pena saber que enquanto muitos querem e não podem, outros tem a oportunidade e não aproveitam para se capacitar.
É fato que muitos adultos ainda não descobriram qual sua vocação. Às vezes podemos ter várias competências e afinidades. Saber qual nos dará mais retorno financeiro e qual nos fará mais feliz é um desafio. O que não pode acontecer é o trabalho se tornar um desprazer – ser motivo de angústia e frustração. Se hoje não temos o ideal, façamos esforços para chegar ao lugar almejado. Dinheiro pode proporcionar muitos momentos felizes, mas não podemos condicionar nossa felicidade a ele.


                                                                                            Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

Nenhum comentário:

Postar um comentário