A escolha de qual carreira seguir muitas
vezes é permeada de incertezas; talvez seja algo mais instintivo do que racional.
João Carlos Daniel (ator, diretor e produtor de TV) disse em uma entrevista que
nunca deveríamos fazer o que a gente não gosta. Oxalá todas as profissões
correspondessem às nossas expectativas – os chamados “ossos do ofício” são
prova de que no meio profissional, às vezes, temos que renunciar a satisfação
pessoal a fim de alcançar determinados objetivos organizacionais.
A adolescência é uma fase na qual já
esboçamos afinidades com aquela ou outra área e somos convidados a desenvolver
essa aptidão através de cursos técnicos ou graduação. Porém nem todos podem ter
essa oportunidade – por diversas circunstâncias – falta de interesse pelos
estudos, falta de incentivo familiar e até mesmo porque não enxergam
perspectivas a médio e longo prazos.
No
mercado informal de trabalho predomina mais o acaso do que a vocação. Pela facilidade
e necessidade de se conseguir um emprego, esses profissionais acabam se
sujeitando à informalidade. Já na contratação regida pelas leis, a disputada
por uma vaga geralmente é concorrida, exigindo capacitação, além habilidades e
experiência profissionais. Todavia, existem pessoas que têm idade para
desempenhar atividades laborais, mas se encaixam na categoria dos
desempregados.
O
número de pessoas que precisam trabalhar e não tem tempo nem dinheiro para se
qualificar profissionalmente ainda é muito grande. São aqueles que mal conseguem
terminar os estudos e já são obrigados a prover sustento para a família. Sua carreira
geralmente é galgada pelo tempo de serviço, mas se não se qualificarem
dificilmente alcançaram altos níveis hierárquicos. É uma pena saber que
enquanto muitos querem e não podem, outros tem a oportunidade e não aproveitam
para se capacitar.
É
fato que muitos adultos ainda não descobriram qual sua vocação. Às vezes
podemos ter várias competências e afinidades. Saber qual nos dará mais retorno
financeiro e qual nos fará mais feliz é um desafio. O que não pode acontecer é
o trabalho se tornar um desprazer – ser motivo de angústia e frustração. Se hoje
não temos o ideal, façamos esforços para chegar ao lugar almejado. Dinheiro pode
proporcionar muitos momentos felizes, mas não podemos condicionar nossa
felicidade a ele.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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