quarta-feira, 10 de julho de 2013

Bisbilhotagem

            Suspeito de ser espionado pela agência nacional dos Estados Unidos (NSA), o Brasil recebe a denúncia como uma afronta à soberania nacional, já que não enxerga motivos aceitáveis para monitorar telefonemas e e-mails brasileiros. A questão foi elucidada depois que Edward Snowden (ex-analista americano de inteligência) entregou documentos que revelariam o esquema de vigilância de diversos países estrangeiros. A notícia teve repercussão mundial e ameaça as relações diplomáticas entre o governo americano e nações como China, Rússia, Irã e Paquistão.
            Na América Latina o Brasil aparece como principal alvo no tráfego de telefonia e dados (origem e destino). Estima-se que o país teve cerca de 2,3 milhões de telefonemas e mensagens espionadas. A presidente pediu explicações para tamanha investigação, mas o governo norte-americano disse que não vai comentar publicamente as atividades de inteligência, alegando que o eles têm acesso à informações que qualquer outra nação poderia obter.
            Países latino-americanos com México e Peru criaram leis para proteger a privacidade. O Brasil ainda carece de uma legislação específica – o Estado apenas garante a privacidade como direito fundamental. Recentemente foi aprovada a “Lei Carolina Dieckmann” feita para proteger usuários de crimes cometidos no ambiente virtual, mas como se trata de legislação brasileira há brechas que permitem tirar a responsabilidade de quem cometeu o crime quando há falta de atenção por parte da vítima.
            O fato é que Estado Unidos fracassou em sua política ao mostrar que pode tudo, mas como qualquer país está sujeito a falhas no seu processo de segurança e prevenção – fato evidenciado no último ataque terrorista que vitimou três pessoas e feriu mais de 100. A nação está tão preocupada com os inimigos, que esquece de seus próprios cidadãos, colocando em cheque seu hegemonia representada pelo avanço tecnológico e prosperidade econômica.

            Entre motivos para o monitoramento das comunicações brasileiras, EUA alegam que pelo Brasil passa uma série de informações que podem aqui serem interceptadas. Impressiona tamanha desconfiança, dando a entender que o povo brasileiro representa uma ameaça ao país. O terrorismo continuará existindo enquanto raças e etnias quiserem impor sua soberania sobre os demais povos e nações – a ONU tem papel fundamental para decidir diretrizes e bases para um mundo sem injustiças, sobretudo o combate à supremacia e opressão.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

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