Suspeito de ser espionado pela
agência nacional dos Estados Unidos (NSA), o Brasil recebe a denúncia como uma
afronta à soberania nacional, já que não enxerga motivos aceitáveis para
monitorar telefonemas e e-mails brasileiros. A questão foi elucidada depois que
Edward Snowden (ex-analista americano de inteligência) entregou documentos que
revelariam o esquema de vigilância de diversos países estrangeiros. A notícia
teve repercussão mundial e ameaça as relações diplomáticas entre o governo
americano e nações como China, Rússia, Irã e Paquistão.
Na América Latina o Brasil aparece
como principal alvo no tráfego de telefonia e dados (origem e destino). Estima-se
que o país teve cerca de 2,3 milhões de telefonemas e mensagens espionadas. A presidente
pediu explicações para tamanha investigação, mas o governo norte-americano
disse que não vai comentar publicamente as atividades de inteligência, alegando
que o eles têm acesso à informações que qualquer outra nação poderia obter.
Países latino-americanos com México
e Peru criaram leis para proteger a privacidade. O Brasil ainda carece de uma
legislação específica – o Estado apenas garante a privacidade como direito
fundamental. Recentemente foi aprovada a “Lei Carolina Dieckmann” feita para
proteger usuários de crimes cometidos no ambiente virtual, mas como se trata de
legislação brasileira há brechas que permitem tirar a responsabilidade de quem
cometeu o crime quando há falta de atenção por parte da vítima.
O fato é que Estado Unidos fracassou
em sua política ao mostrar que pode tudo, mas como qualquer país está sujeito a
falhas no seu processo de segurança e prevenção – fato evidenciado no último
ataque terrorista que vitimou três pessoas e feriu mais de 100. A nação está
tão preocupada com os inimigos, que esquece de seus próprios cidadãos,
colocando em cheque seu hegemonia representada pelo avanço tecnológico e prosperidade
econômica.
Entre
motivos para o monitoramento das comunicações brasileiras, EUA alegam que pelo
Brasil passa uma série de informações que podem aqui serem interceptadas. Impressiona
tamanha desconfiança, dando a entender que o povo brasileiro representa uma
ameaça ao país. O terrorismo continuará existindo enquanto raças e etnias
quiserem impor sua soberania sobre os demais povos e nações – a ONU tem papel
fundamental para decidir diretrizes e bases para um mundo sem injustiças,
sobretudo o combate à supremacia e opressão.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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