sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Onde há fogo, há insegurança

           Outro fenômeno que virou modismo no país é ação criminosa de meliantes que querem fazer justiça com as próprias mãos. Indignados, sabe-se com lá o que, eles incendeiam ônibus (e carros) como forma de protesto? Na capital de São Paulo, somam-se mais de 30 só neste mês de janeiro. O que mais revolta, além dos atos inescrupulosos e a ousadia, é tamanha falta de racionalidade e sanidade por parte de quem comete tais delitos, uma vez que destroem um patrimônio coletivo, cujo eles próprios usufruem.
            Nunca se viu conseguir-se justiça através de violência. Isso só gera caos e desordem. Reivindicar direitos e/ou melhorias deveria ser algo pacífico e racional, mas pelo que se vê chegamos num patamar retroativo, remetendo aos primórdios, onde para conquistar-se havia necessidade de impor força, selvageria e guerra. Pois é assim que se comportam esses indolentes, que em nome da paz declaram guerra à sociedade e ficamos reféns dessa gente estúpida, mesquinha e insana.
            Se cada um fosse protestar ateando fogo onde bem entendesse, nem as águas do oceano seriam capazes de apagar o mar de chamas. Por que não incendeiam o próprio barraco ou ateiam fogo no próprio corpo? Ah não, é mais fácil destruir patrimônio público, porque não é a gente que paga mesmo? Engano. É cogitado, inclusive, o aumento das passagens, bem como onerações devido ao prejuízo causado pela perda da frota consumida pelas chamas.
            A Secretaria de Segurança Pública do estado se vê pressionada a tomar providências cabíveis, porém do jeito que eles agem (em bando) é impossível identificar todos e puni-los efetivamente. E na verdade, o clima de insegurança fica instaurado, pois quem usa transporte coletivo todo dia, sente-se ameaçado diante dos fatos. A impressão de perigo iminente representa não só um risco à sociedade, mas também à integridade física dos usuários.
            O custo de reposição da frota não é o maior dos problemas. A sociedade é prejudicada como um todo, pois com menos ônibus circulando, o cidadão tem que esperar mais tempo e sua jornada de trabalho se torna mais desgastante. As concessionárias de transporte metropolitano têm que cumprir os contratos, mas se sente lesada e impotente. E o governo perde cada dia mais credibilidade, pois segurança numa metrópole é um desafio enfrentado dia a dia e cada vez mais distante de ser alcançada.
         

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Brabeleza (paródia)


(olha lulismo aí gente)

Lá vou eu, lá vou eu
Receber o bolsa família
No carnaval petista
Feliz eu tô de bem
Como o pobre tem valor
Vem... deixa o lulismo te levar
Vem nessa pra gente lucrar
Pra ajudar o cidadão
Vem pra cá com seu cartão
Vem, vem, vem, vem...
Pra ser feliz
Eu tô sem lar, eu tô pobreza
Eu tô que tô vagal
Na favela à mercê no meio desse povo 
A gente deve ser uns bobo
Na favela à mercê no meio desse povo 
A gente deve ser uns bobo




quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Tolerância ou discriminação?

Vivemos num momento em que temos que ser cada vez mais tolerantes com as minorias e com aqueles que são ‘diferentes’. Ora, para tolerar, antes é preciso fazer distinção – se ele (a) não é igual a nós, logo, esse indivíduo pertence a determinado grupo seleto, seja pelas características extrínsecas, seja pelo comportamento. Então podemos dizer que antes de respeitar tal diferença, discriminamos?
Se formos pensar no significado literal da palavra “discriminar”, encontraremos sinônimos como discernir, perceber as diferenças, classificar tendo em conta algum motivo específico... Mas a sociedade achou uma nova forma de maquiar o preconceito através da tolerância, pois quem não é dotado de tal virtude, pode ser taxado de arrogante, herege e até subversivo.
Acontece que não se tem outra possibilidade a não ser aceitar aqueles que não são como nós, através de lavagem cerebral, do proselitismo, da demagogia política e do relativismo moral. Então, os cidadãos têm que ceder passivamente às ideologias impostas pelos fanáticos, pelos esquerdistas, pelos ativistas que pregam a paz, mas são os primeiros a fazer juízo de valor, atacando a maioria em detrimento de suas próprias concepções de que é certo ou permitido.
No Brasil, ganha-se mais pontos quem ama tudo e a todos, do quem tem seus próprios pensamentos e atitudes. Ser tolerante é ser bonzinho, não oferece risco às pessoas e se consegue prestígio. E para ser aceito, também deve-se comungar dessa tendência poltico-ideológica – que é a tolerância religiosa, ética, social – ou enfrentar dragões querendo sua cabeça porque não é igual a todo mundo.
Entre tolerância e discriminação há uma linha tênue que oscila entre o permitido e o proibido. Dizer que se respeita um pobre, enquanto tem ojeriza do povo miserável é coisa de gente preconceituosa, mas tolerante. O Brasil precisa evoluir em sua política social que segrega, distingue e restringe para então chamá-los de coitadinhos, oprimidos e menos favorecidos, porque isso rende votos.


Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Rolezinhos

Seis meses após as ‘jornadas de junho’, jovens da capital de São Paulo se reúnem nos chamados rolezinhos, como forma de protesto. O governo do estado pediu ajuda federal, mas descarta a intervenção de milícias. Lojistas e clientes se sentem ameaçados dentro de um ambiente privado. Há que defenda tais encontros, como uma expressão da ‘massa’, que se sente prejudicada pelo sistema capitalista.
Com o advento das redes sociais, os jovens estão cada vez mais conseguindo se organizar para os mais diversos fins e um deles são esses encontros nos shoppings da maior cidade da América Latina. Todavia, determinados indivíduos vão com o intuito de tumultuar, causas prejuízos e até mesmo aproveitar o ensejo para subtrair aquilo que não lhes pertence.
A legitimidade dos protestos acaba quando o foco das reuniões não é reivindicar direitos iguais ou melhorias, mas sim provocar transtorno e pânico. Sabe-se que a adolescência é uma fase onde o jovem quer revolucionar, quer assumir uma identidade/papel diante da sociedade. Logo, eles tendem a buscar formas de se expressar, mas não ponderam suas atitudes e acabam deturpando a ordem pública.
Existe ainda a questão social – repudiar atos públicos pode gerar mais violência, pois jovens são ousados e não raras vezes, gostam de contrariar. Por isso, figuras políticas hesitam tanto antes de proferir qualquer palavra que cerceie a liberdade dessa classe ávida por igualdade. Só que ficar em cima do muro não resolve. Então acabam tendo opiniões controversas e duvidosas.
É preciso entender ambas as partes – a do jovem que anseia por liberdade e a dos cidadãos que precisam trabalhar e se entreter. Então, se faz necessário muita cautela do estado ao tomar decisões radicais e sensatez dos jovens em suas ações – sem ordem, dificilmente conseguirão o querem e sem foco, não se chega a lugar nenhum. Comecem dando exemplo de civilidade e cidadania.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Politicamente correto

Vejam só que engraçado: agora, favela virou comunidade; negro, afro-descendente, deficiente, portador de necessidade especial... Tudo em nome do politicamente correto. Vivemos numa sociedade onde nosso direito de se expressar vem sendo cerceado, logo, temos que ponderar antes de verbalizar, de modo que ninguém se sinta ofendido, a fim de não sermos taxados de xenofóbicos ou preconceituosos.
Historicamente sempre houve grupos em defesa das minorias – negros, pobres, homossexuais, indígenas – mas nunca se ergueu tantas bandeiras em prol destes, haja vista que lutar por direitos igualitários virou modismo. É artista fazendo propaganda governamental incitando à igualdade, mas não abre mão daquilo que o capitalismo proporciona: carros luxuosos, mansões, viagens ao exterior...
Há que defende Cuba e até financia a ditadura. Reverencia Che Guevara, sem saber quem realmente ele foi e fez. E aqui no Brasil, há conivência no que tange às políticas públicas, que distribui benesses estatais, por meio de critérios duvidosos e aleatórios. Combate-se a desigualdade, segregando as classes, priorizando determinados cidadãos, transferindo riqueza de quem tem muito, para dar àqueles que pouco têm.
Pessoas que monopolizam as virtudes são tidas como boazinhas, pois quem vai ser contrário a não-violência, à defesa dos oprimidos? É muito fácil falar que é a favor de direitos iguais enquanto a maioria sofre com as mazelas de um desgoverno, que vende uma utopia e cada vez mais distancia o pobre do rico, o preto do branco, os gays dos héteros, os religiosos dos pagãos e assim por diante.
          Essa gana por um mundo mais justo é inerente a qualquer ser humano em sã consciência. É fundamental esboçarmos nossas próprias concepções e não se deixar influenciar por doutrinas, pelo proselitismo das pessoas que agem de má fé. Ser politicamente correto está mais ligado à relação de como nos comportamos do que como nos expressamos, pois a igualdade se conquista através de ações e não de palavras.


 Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos