Vejam
só que engraçado: agora, favela virou comunidade; negro, afro-descendente,
deficiente, portador de necessidade especial... Tudo em nome do politicamente
correto. Vivemos numa sociedade onde nosso direito de se expressar vem sendo
cerceado, logo, temos que ponderar antes de verbalizar, de modo que ninguém se
sinta ofendido, a fim de não sermos taxados de xenofóbicos ou preconceituosos.
Historicamente
sempre houve grupos em defesa das minorias – negros, pobres, homossexuais,
indígenas – mas nunca se ergueu tantas bandeiras em prol destes, haja vista que
lutar por direitos igualitários virou modismo. É artista fazendo propaganda
governamental incitando à igualdade, mas não abre mão daquilo que o capitalismo
proporciona: carros luxuosos, mansões, viagens ao exterior...
Há
que defende Cuba e até financia a ditadura. Reverencia Che Guevara, sem saber
quem realmente ele foi e fez. E aqui no Brasil, há conivência no que tange às
políticas públicas, que distribui benesses estatais, por meio de critérios duvidosos
e aleatórios. Combate-se a desigualdade, segregando as classes, priorizando
determinados cidadãos, transferindo riqueza de quem tem muito, para dar àqueles
que pouco têm.
Pessoas
que monopolizam as virtudes são tidas como boazinhas, pois quem vai ser
contrário a não-violência, à defesa dos oprimidos? É muito fácil falar que é a
favor de direitos iguais enquanto a maioria sofre com as mazelas de um
desgoverno, que vende uma utopia e cada vez mais distancia o pobre do rico, o
preto do branco, os gays dos héteros, os religiosos dos pagãos e assim por
diante.
Essa gana por um mundo mais justo é
inerente a qualquer ser humano em sã consciência. É fundamental esboçarmos
nossas próprias concepções e não se deixar influenciar por doutrinas, pelo
proselitismo das pessoas que agem de má fé. Ser politicamente correto está mais
ligado à relação de como nos comportamos do que como nos expressamos, pois a
igualdade se conquista através de ações e não de palavras.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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