sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Politicamente correto

Vejam só que engraçado: agora, favela virou comunidade; negro, afro-descendente, deficiente, portador de necessidade especial... Tudo em nome do politicamente correto. Vivemos numa sociedade onde nosso direito de se expressar vem sendo cerceado, logo, temos que ponderar antes de verbalizar, de modo que ninguém se sinta ofendido, a fim de não sermos taxados de xenofóbicos ou preconceituosos.
Historicamente sempre houve grupos em defesa das minorias – negros, pobres, homossexuais, indígenas – mas nunca se ergueu tantas bandeiras em prol destes, haja vista que lutar por direitos igualitários virou modismo. É artista fazendo propaganda governamental incitando à igualdade, mas não abre mão daquilo que o capitalismo proporciona: carros luxuosos, mansões, viagens ao exterior...
Há que defende Cuba e até financia a ditadura. Reverencia Che Guevara, sem saber quem realmente ele foi e fez. E aqui no Brasil, há conivência no que tange às políticas públicas, que distribui benesses estatais, por meio de critérios duvidosos e aleatórios. Combate-se a desigualdade, segregando as classes, priorizando determinados cidadãos, transferindo riqueza de quem tem muito, para dar àqueles que pouco têm.
Pessoas que monopolizam as virtudes são tidas como boazinhas, pois quem vai ser contrário a não-violência, à defesa dos oprimidos? É muito fácil falar que é a favor de direitos iguais enquanto a maioria sofre com as mazelas de um desgoverno, que vende uma utopia e cada vez mais distancia o pobre do rico, o preto do branco, os gays dos héteros, os religiosos dos pagãos e assim por diante.
          Essa gana por um mundo mais justo é inerente a qualquer ser humano em sã consciência. É fundamental esboçarmos nossas próprias concepções e não se deixar influenciar por doutrinas, pelo proselitismo das pessoas que agem de má fé. Ser politicamente correto está mais ligado à relação de como nos comportamos do que como nos expressamos, pois a igualdade se conquista através de ações e não de palavras.


 Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

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