Outro fenômeno
que virou modismo no país é ação criminosa de meliantes que querem fazer
justiça com as próprias mãos. Indignados, sabe-se com lá o que, eles incendeiam
ônibus (e carros) como forma de protesto? Na capital de São Paulo, somam-se
mais de 30 só neste mês de janeiro. O que mais revolta, além dos atos
inescrupulosos e a ousadia, é tamanha falta de racionalidade e sanidade por
parte de quem comete tais delitos, uma vez que destroem um patrimônio coletivo,
cujo eles próprios usufruem.
Nunca se viu conseguir-se justiça
através de violência. Isso só gera caos e desordem. Reivindicar direitos e/ou
melhorias deveria ser algo pacífico e racional, mas pelo que se vê chegamos num
patamar retroativo, remetendo aos primórdios, onde para conquistar-se havia
necessidade de impor força, selvageria e guerra. Pois é assim que se comportam
esses indolentes, que em nome da paz declaram guerra à sociedade e ficamos
reféns dessa gente estúpida, mesquinha e insana.
Se cada um fosse protestar ateando fogo
onde bem entendesse, nem as águas do oceano seriam capazes de apagar o mar de chamas.
Por que não incendeiam o próprio barraco ou ateiam fogo no próprio corpo? Ah não,
é mais fácil destruir patrimônio público, porque não é a gente que paga mesmo?
Engano. É cogitado, inclusive, o aumento das passagens, bem como onerações
devido ao prejuízo causado pela perda da frota consumida pelas chamas.
A Secretaria de Segurança Pública do
estado se vê pressionada a tomar providências cabíveis, porém do jeito que eles
agem (em bando) é impossível identificar todos e puni-los efetivamente. E na
verdade, o clima de insegurança fica instaurado, pois quem usa transporte
coletivo todo dia, sente-se ameaçado diante dos fatos. A impressão de perigo
iminente representa não só um risco à sociedade, mas também à integridade
física dos usuários.
O custo de reposição da frota não é
o maior dos problemas. A sociedade é prejudicada como um todo, pois com menos
ônibus circulando, o cidadão tem que esperar mais tempo e sua jornada de
trabalho se torna mais desgastante. As concessionárias de transporte metropolitano
têm que cumprir os contratos, mas se sente lesada e impotente. E o governo
perde cada dia mais credibilidade, pois segurança numa metrópole é um desafio
enfrentado dia a dia e cada vez mais distante de ser alcançada.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário