quinta-feira, 27 de junho de 2013

Corrupção dolosa

           Aprovado ontem (26 de julho) no senado o projeto de lei que transforma a corrupção ativa e passiva em crime hediondo. O delito passa a ser tão grave quanto homicídio qualificado e estupro, por exemplo. Agora o mesmo precisa ser votado na Câmara dos Deputados, para depois ser sancionado pela presidente. Se isso acontecer, o corrupto pode pegar de 4 à 8 anos de prisão, sem direito a fiança. O projeto também enquadra a concussão (exigir benefício em função do cargo ocupado) como crime dessa mesma esfera.
            O relator do projeto, inclui no texto outros dois tipos de crimes que envolvem recursos públicos: o peculato (quando o funcionário se apropria de bem público) e o excesso de exação (quando o servidor público cobra indevidamente imposto ou contribuição social), enquadrando ambos também como crimes hediondos e a pena pode chegar até 14 anos de prisão.
           A medida foi tomada em resposta à onda de protestos que vêm ocorrendo nos últimos dias. Nunca se viu deputados, senadores e ministros, trabalharem tanto! Esse projeto estava parado há pelo menos dois anos. A sociedade clama por justiça, pois crimes como a corrupção afeta indiretamente toda a o população – o desvio de recursos mata pessoas nas filas de hospitais, nas estradas (por falta de infraestrutura), além de contribuir para as mazelas da educação brasileira.
       Parece que os representantes do povo entenderam que precisam mostrar serviço, mesmo porque ganham (e muito bem) para isso. A “PEC 37” (projeto que tiraria o poder de investigação do Ministério Público) não foi aprovada. Mas ainda falta muito para a tal reforma política, proposta pela presidente, ganhar força e efetividade.
       O cidadão só tem uma incerteza: se a medida, uma vez aprovada, será realmente aplicada à todos, sem distinção. O povo está cansado de ver tanta roubalheira e ninguém ser punido por isso. A reforma no Código Penal é necessária, contudo é primordial o cumprimento efetivo da pena, sem anistia, pois a corrupção é algo intencional e premeditado que atrapalha o progresso e prejudica a sociedade.

Vinícius  Vendrame, publicitário, 26 anos


quarta-feira, 26 de junho de 2013

5 pactos de Dilma Rousseff

            A presidenta Dilma Rousseff anunciou nesta segunda-feira, 24 de julho, um pacto nacional que promete discutir com prioridade questões relacionadas à área da saúde, educação, transporte, reforma política, além da já conhecida (e pouco praticada) responsabilidade fiscal. Com essa medida, pretende-se dar um salto nesses setores emergentes alvo de protestos nos últimos dias nas ruas (e redes sociais) de todo o país. Tal acordo foi firmado diante dos 26 prefeitos das capitais e dos 27 governadores de todos os estados, mas é sabido que para colocá-lo em prática, precisa antes ter aprovação no congresso.
            No que tange a responsabilidade fiscal, Dilma pediu aos gestores e governadores que ajudem no controle dos gastos, em meio a crise econômica mundial, com a finalidade de conter a inflação e por conseguinte, alcançar estabilidade econômica (aplausos). O progresso do país é prejudicado pelo desvio de verbas, subtração de recursos, além do superfaturamento de licitações que enche cofres de empresas fantasmas e o bolso de bicheiros envolvidos no esquema.
            A reforma política proposta, somada ao combate da corrupção, pretende aumentar a participação popular por meio da convocação de um plebiscito que autorize uma Constituinte (órgão colegiado que tem como função redigir ou reformar a Constituição), a fim de incluir a corrupção como crime hediondo (risos). Todos sabem que muitos foram condenados pelo “mensalão” e até hoje ninguém foi preso. É admirável parlamentares aprovarem leis que possam prejudicar eles mesmos.
            No tocante à saúde a ideia é importar médicos para atender lugares e regiões mais remotas do país, além de aumentar o número de vagas para o curso de medicina nas universidades até 2017. Faz parte do plano acelerar os investimentos em hospitais, unidades de pronto atendimento e unidades básicas de saúde (glória).  Ora, se a intenção é “cortar” gastos, importar mão-de-obra não pode se tornar mais dispendioso? Garantir vagas nas universidade significa o mesmo que preenche-las? Enquanto não há melhorias nas unidades de saúde, o cidadão continuará pagando com a vida?
            Quanto ao transporte público cogita-se um investimento de 50 bilhões em obras de mobilidade urbana, além da desoneração de impostos como PIS/Confins que incidem sobre a energia elétrica que move trens e metrôs. Segundo a presidenta, as grandes cidades precisam de um salto de qualidade no transporte público (quem usa todo dia que o diga). É louvável uma estratégia funcional que provoque melhorias tangíveis em cidades que sofrem pela superpopulação, somada ao aumento gradativo da frota de veículos automotores. Não que seja algo impossível, mas parece uma realidade distante.
            A destinação de 100% dos royalties do petróleo para a educação pretende dar força ao Plano Nacional de Educação que tramita no senado. O PNE propõe aplicar 10% do PIB (Produto Interno Bruto) ao setor. Dilma ressalta que o esforço na educação transforma um país numa nação desenvolvida (óbvio). O projeto que prevê a aplicação de todo royalties do petróleo à educação já sofreu 33 emedas, haja vista que os deputados acreditam que o recurso pode ser destinado à outras áreas. Logo, é pouco provável que os mesmos votarão à favor dele.
            Talvez a mais complexa e confusa proposta é da reforma política, pois na visão dos ministros seria um golpe contra a Constituição que não prevê a convocação de constituintes exclusivas sem a participação do parlamento. O presidente da OAB afirma que é possível fazer alterações no sistema sem a necessidade de mexer na Constituição, bastando apenas alterar a Lei das Eleições e a Lei dos Partidos. Há quem acredita que o discurso da presidenta é apenas uma forma de distrair o povo que está nas ruas.
            Entre oposicionistas e aliados, há opiniões divididas: os defensores acreditam que o Congresso atual não faria mudanças profundas por não mexer em seus próprios interesses. Do outro lado, há quem defende a constituinte exclusiva porque não se pode fazer reforma política com um Congresso eleito por esse sistema que se deseja mudar.


            O que se sabe é que o atual governo está sofrendo muita repressão por parte das “massas”. A democracia implica na participação do povo, e a presidenta quer fazer isso extraindo da população pontos para a reforma. O problema está na burocracia: o plebiscito proposto se faz através de emenda constitucional que tem trâmite lento e precisa de aprovação na câmara e senado. Já existem muitos projetos que vão para votação, mas acabam sendo rejeitados. Deputados e senadores, que deviam levar ao congresso interesses do povo, muitas vezes, motivados pelo egocentrismo, acabam sucumbindo os anseios do população, aniquilando direitos de cidadania.


Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

Veja também: http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/em-programa-de-radio-dilma-detalha-os-5-pactos-para-o-pais,3b04e160f4d8f310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O que torna o mundo mais inteligente?

            A sociedade vive em busca de soluções que facilitam a vidas das pessoas. Geralmente essas inovações estão ligadas à tecnologia, mas acredita-se que o grande desafio global é a otimização dos serviços e produtos de maneira sustentável, de modo que as operações envolvidas nos processos causem pouco ou quase nenhum impacto ao meio ambiente, haja vista que vivemos atualmente um momento crítico de mudanças climáticas com seus efeitos negativos na natureza e sociedade.
            O planeta é rico em sua biodiversidade, cultura, povos, doutrinas e sempre foi marcado pela hegemonia político-ideológica por parte de nações soberanas, que buscam conquistas em nome do progresso. Porém, é sabido que muitas delas utilizam-se de força e opressão para conseguirem o que querem e não raras vezes culmina com o extermínio de inocentes, além do aumento da hostilidade étnica e religiosa.
            Muitos creem que o desenvolvimento de um país está ligado ao seu potencial econômico, científico e tecnológico, mas a nova ordem mundial prega um equilíbrio entre todas as esferas: a sustentabilidade ambiental, a estabilidade econômica e a igualdade social. Um governo que dialoga com as minorias, que sabe lidar com a diversidade religiosa e que acima de tudo mantém ralações saudáveis e cordiais com todas as nações.
             A tecnologia, a informação, o conhecimento precisa estar à favor do homem e não em detrimento dele. Por isso é necessário usar a ciência como instrumento de transformação, de modo a diminuir as disparidades, erradicar a pobreza, minimizar conflitos, prolongar a vida humana. Para tanto, é preciso livrar-se do nacionalismo que segrega povos, da hegemonia que ameaça a paz, do autodeterminismo que gera violência.

O que torna o mundo mais inteligente não é o avanço técnico-científico, é a habilidade de gerir políticas que visam a integração global, somada a necessidade de preservar os recursos naturais, maximizando a qualidade de vida das pessoas. Isso só é possível se todos compartilharem do mesmo ideal, aceitando as diferenças, abominando qualquer tipo de preconceito e incentivando a paz em prol à sobrevivência.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Síndrome de Burnout

            A síndrome de Burnout é uma doença pouco conhecida, caracterizada pelo esgotamento físico e mental do indivíduo motivados pelo trabalho. No Brasil não há registros sobre ela e seus sintomas são muito parecidos com o do estresse. A pessoa consome-se física e emocionalmente, apresentando exaustão e um comportamento agressivo e irritadiço. Ela está mais sujeita aos profissionais que lidam com pessoas das quais se espera pelo menos uma atitude respeitosa e cordial.
            Médicos, professores, enfermeiros, policiais, psicólogos e recentemente até funcionários de companhias aéreas estão entre aqueles com alto índice de desenvolver a síndrome. Áreas como da tecnologia da informação, engenharia, vendas/marketing, finanças etc. são consideradas também muitos estressantes. A doença pode atingir pessoas excessivamente críticas, muito exigentes consigo mesmas e com os outros, e que têm maior dificuldade de lidar com situações difíceis.
Idealismo elevado, excesso de dedicação, alta motivação, perfeccionismo, são fatores que podem desencadear a doença, às vezes confundida com o estresse convencional, mas diferencia-se pela “desumanização” – atitudes negativas e grosseiras no ambiente de trabalho, que pode se estender até aos colegas, amigos e familiares. Em geral são indivíduos que gostam e se envolvem com o que fazem, não medindo esforços para atingir seus objetivos e o da empresa.
            Dentre os sintomas podemos destacar: irritabilidade, baixa autoestima, ansiedade, isolamento, pessimismo, alterações de humor, dificuldade de concentração, além de insônia, depressão, dores musculares, enxaqueca, pressão alta, distúrbios gastrointestinais, que muitas vezes estão associados à síndrome.
            O ambiente de trabalho, de alguma maneira, estimula certos comportamentos entre profissionais, criando condições para pré-dispor a doença, ocasionando afastamentos e licenças médicas. Contudo, é necessário hábitos saudáveis, como a prática de esporte, a fim de canalizar o estresse. A organização também deve contribuir para maior dinamismo e relaxamento no ambiente corporativo, com programas de entretenimento, lazer e bem-estar.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

Dê a César o que é de César

                        Desde que foi instituído os royalties no Brasil (compensação financeira repassada aos municípios, estados e união paga pelas empresas exploradoras do petróleo pelos impactos econômicos e ambientais que a atividade causa), muitas mudanças tem sido discutidas quanto ao percentual que cada esfera do governo tem direito. Atualmente há um projeto que visa sua aplicação exclusivamente na área da educação, integrando o Plano de Desenvolvimento Educacional, em análise no senado.
                  A descoberta do “pré-sal” em 2009 abriu discussões sobre uma nova divisão dos royalties, já que era estimado um aumento drástico nas receitas decorrentes dessa extração. Neste ano está sendo debatido no congresso um projeto de lei que distribui esses recursos de forma mais igualitária, pois embora as reservas estejam localizadas em determinadas áreas, o recurso natural deve ser considerado como um tesouro nacional.
                  A presidente Dilma Rousseff enxerga como prioritária a proposta de destinar 100% dos royalties do petróleo para a educação e fez sua inclusão sob forma de ementa aprovada na Comissão de Assuntos econômicos do senado. O assunto já tinha sido abordado em uma medida provisória, mas foi abandonado após a lei que trata da redistribuição dos royalties do petróleo virar discussão no Supremo Tribunal Federal.
                  O dinheiro da educação hoje provém 25% dos municípios, 25% do estados e 18% da união. Se for aprovada a medida, a receita virá dos royalties de todas as esferas, mais 50% do fundo social da nacional (poupança dos juros da aplicação do dinheiro pago pelas empresas para arrematar blocos de petróleo). No entanto o texto do projeto de lei já recebeu 33 ementas dos deputados, que visam destinar parte do dinheiro a outros setores.
                  A meta é investir 10% do Produto Interno Bruto na educação, mas é preciso cautela, pois pode não ser sustentável a logo prazo. Os esforços para acabar com a inflação, para receber eventos esportivos, levou o Brasil ao aumento da dívida externa. É preciso atenta-se ao correta aplicação dos recursos a fim de cumprir as metas propostas pelo Plano de Desenvolvimento de Educação, exigindo um patamar mínimo de qualidade para as escolas, pois de nada adianta investimento sem igualdade no
ensino.


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Condicionar a felicidade

            Fato cultural e histórico é a união matrimonial entre homem e mulher. Ambos se juntam com a finalidade de constituir família através do amor recíproco e procriar de modo a perpetuar sua espécie. Muitos atribuem essas uniões ao desejo pleno de felicidade, já que o ato significa entregar-se ao outro de modo que não sejam dois, mas apenas um. Doutrinas tem consagrado esse amor, atribuindo-lhe um significado simbólico e espiritual. Quais são os verdadeiros motivos que unem corações e quais circunstâncias os separam?
            Muitas sociedades distinguem os indivíduos de acordo com seu estado civil. Alguns renunciam o matrimônio por razões religiosas e outros casam-se por tradicionalismo. Há quem prefere não assumir compromisso algum e assim são intitulados como solteiros convictos. E existe quem necessita estar com alguém por conveniência – seja para alimentar o ego, seja para mostrar para os outros que está bem, ou simplesmente porque têm medo de ficarem sozinhas.
            O amor é um sentimento que parte de um desejo muitas vezes irracional. A gente projeta no outro nossa felicidade, algo que poderia ser depositado em qualquer pessoa, mas escolhemos preferencialmente aquela. Então idealizamos o par perfeito e fazemos planos para que essa união aconteça. O outro deve estar disposto a nutrir sentimento por quem lhe ama. O que falta, às vezes, é ponderação, racionalidade, já que certas atitudes são tomadas por impulso e quando isso acontece, aumenta-se a probabilidade dessa união se desgastar com o tempo.
            Toda relação deve ser baseada na cumplicidade, confiança, dedicação de ambas as partes. Os dois devem procuram lutar pelos mesmos ideais, somar esforços a fim de atingir o mesmo objetivo. Porém, muitas vezes não há equilíbrio no relacionamento – alguém pode não estar mais disposto a renunciar em prol do outro ou podem haver fatores externos que fragilizam e enfraquecem o relacionamento, como desinteresse pela pessoa e consequente busca de prazer com outrem.
            Cada qual procura suprir sua carência e desejos de formas diferentes. Nem todos precisam casar-se para serem inteiramente felizes – tais deficiências podem ser supridas das mais diversas formas. Subordinar a felicidade ao casamento pode ser uma atitude frustrante, pois a ação talvez não corresponda às nossas expectativas. A união vai além dos sentimentos e leis – é uma entrega mútua, espontânea, corajosa, onde deve haver respeito, lealdade, paciência, perseverança e diálogo, para ser saudável e duradouro.


           Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos 

terça-feira, 18 de junho de 2013

É hora, é hora... Dilma, Dilma!

A onda de protestos que vem ocorrem nos últimos dias, em especial ontem, 17 de junho de 2013, marcam um momento histórico de insatisfação do atual governo, marcado por escândalos e corrupção que há anos têm vindo à tona e pouco ou quase nada se tem feito para condenar/punir os responsáveis por tamanho desvio de dinheiro público. Alguns acreditam na falência da democracia, galgada por uma hegemonia partidária, que muito se assemelha ao chavismo venezuelano, tendo em vista que governança não está à favor do povo, mas sim em detrimento dele com benefício parlamentar e elitista.
Como os brasileiros podem acreditar em uma nação que aprova um salário exorbitante aos deputados, enquanto muitos cidadãos se calam com o benefício de um “Bolsa Família”, que ironicamente é chamado de transferência de renda? A tão estimada “classe C” se contenta em poder comprar um carro zero, financiar uma casa própria, mas é ela que mais contribui para os cofres públicos, que mais usa o transporte público, a rede básica de saúde, bem com a educação estadual e do município... Está ela satisfeita com a qualidade dos serviços prestados?
É óbvio que prefeitos, governadores, deputados e presidência estão abertos às discussões e negociações, pois os mesmos não fazem uso desses meios e serviços. Mas o contribuinte sente que é o momento de mudança, não de promessas, porque a eleição presidencial está iminente e logo vem as demagogias usadas para conquistar o eleitorado. O povo já esperou mais de 10 anos por mudanças e quer manifestar seu inconformismo diante de tanta balela, falcatrua e cinismo.
O investimento no esporte está à mil, enquanto a sociedade padece pela disparidade econômica, pelo descaso na saúde, pela violência que bate à porta, pelos preços que oscilam mais que a cotação do dólar e pela incerteza de uma previdência que está mal das pernas, além da carga tributária que consome ¼ de nosso trabalho a cada ano. É isso que queremos para nossos descendentes? É esse país que foi colonizado em nome do progresso? Ou é a realidade nua e crua que ameaça nossa gana por dias melhores e boas perspectivas?
Muitos já previam que os programas de incentivo ao consumo e não à indústria iriam implicar numa falsa sensação de “aumento do poder de compra”, e hoje a população sente no bolso os efeitos inflacionários de uma política monetária absolutista, que primeiro injeta dinheiro na economia e só depois afere os resultados dessa medida. O povo brasileiro está mais instruído e não engole o que lhe subestima. É de diálogo que se precisa, pois em termos de violência já somos referência. Toda corja de parlamentares, está na hora de mostrar serviço! E presidenta, rebole, se vira no “quadradinho de oito”, se não quiseres sofrer um “impeachment”.

 Vinícius Vendrame,  publicitário,  26 anos

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Da indignação à repressão

            Todos têm acompanhado as manifestações que vêm ocorrendo nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre etc., em virtude de que o preço da passagem de ônibus e metrô tiveram aumento. Mas quais são os verdadeiros motivos para tais protestos – é a inflação que assombra a economia, é indignação perante o governo atual, ou são as poucas perspectivas que se vê quanto às melhorias no transporte público?
            Muitos dizem que os movimentos não têm liderança, foco, objetivo claro e definido. Eles agem aleatoriamente, não raras vezes de forma enérgica e impulsiva. A polícia perde o controle da situação e responde de maneira desordenada e ostensiva. O caos se instala, nada se resolve a alimenta o desejo de se rebelar por parte dos manifestantes.
            Há especulações de que as manifestações estão apenas reivindicando direitos como a liberdade de ir e vir, de modo análogo aos movimentos estudantis do século passado. Eles querem uma política mais transparente, mais igualdade e cogitam na isenção da tarifa do transporte, assim como acontece na saúde e educação, que são serviços prestados com o dinheiro público, financiados pelo contribuinte.
            Outros alegam que o país vive um descontrole na sua política monetária, com grande emissão de moeda e consequente aumento da inflação – o poder aquisitivo pode até ter aumentado, mas há muita instabilidade nos preços, fazendo com que o consumidor tenha que desembolsar mais dinheiro para consumir o mesmo produto/serviço.

            Seja qual for o caráter dos protestos, eles devem ser considerados como legítimos. O que não se pode admitir é a desordem e a repressão violenta por parte das autoridades. Prefeitos e governadores têm se manifestado, mas a impressão que se tem é que eles preferem ficar em cima do muro, talvez porque não estão na linha de fogo. Logo, os motins não tem data para cessar, instaurando no país um clima de hostilidade e insegurança.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Adoção de crianças por homossexuais


            As transformações de uma sociedade são tidas como fatores naturais evolutivos e são regidas pelas mudanças comportamentais baseadas em fundamentações científicas. Como exemplo podemos citar a definição de família em seu aspecto mais empírico. Hoje vemos casais que mantêm uma união estável, em destaque os homoafetivos, que vem lutando pela sua emancipação enquanto família, lhe conferindo o direito de adoção, respaldados pelo princípio da dignidade e igualdade.
            Existem lares que são constituídos sem a presença do pai ou da mãe, e nem por isso deixam de ser família. Essa configuração moderna, permitiu ampliar o significado dessa instituição, conferindo um caráter subjetivo à mesma. Logo, famílias com casais do mesmo sexo querem ter as mesmas garantias legais, imbuídos pelo proibição da discriminação.
            O estado tem avançado muito nesse quesito, mas ainda carece de uma legislação específica. Cabe ao magistrado reconhecer como entidade familiar, a união formada por pessoas do mesmo sexo, com intenção de constituir família, a possibilidade de que seus componentes possam adotar.
            Estudos especializados não apontam qualquer inconveniente em crianças adotadas por casais homossexuais. O que prevalece é a qualidade do vínculo e do afeto que permeia o meio familiar e o elo entre elas e seus cuidadores. O menor, carece de amor e não necessariamente de estereótipos.

            A questão embora tenha cunho jurídico, é influenciada por princípios religiosos, num país onde o estado dever ser laico. Contudo, o que prevalece são os valores intrínsecos de uma união fundamentada no amor e no anseio de fazer o bem. Ao contrário de muitos laços permeados pelo ódio, desrespeito e falta de cumplicidade.  

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

Imagens na internet

            Com o advento das redes sociais, cada vez mais as pessoas têm exposto sua rotina e compartilhado cada momento, seja através de pensamentos, fotos ou vídeos. Os telefones celulares possibilitam interação em tempo real. Todos podem dividir suas experiências em qualquer lugar que estejam. Revelar detalhes tão pessoais alimentam o ego, mas podem se tornar um pesadelo nas mãos daqueles que querem denegrir sua imagem.
            É de praxe, principalmente os mais jovens, exibirem seus momentos de felicidade, postando frases, fotos, de modo que seu círculo de amigos possa visualizar sua atividade e opinar à respeito. Essa ânsia por dividir com os outros seu dia-a-dia tem se tornado um hábito corriqueiro e ganha prestígio na medida que necessita ser visto para ser lembrado.
            Faz parte das necessidades humanas o desejo de sentir-se bem, mostrar o quão somos “antenados” com tudo que está acontecendo. E cada momento, é motivo para registro. Logo, fotografamos os lugares pelos quais passamos, além de fazer comentários sobre essa experiência. E aí que pode nascer o transtorno fotográfico compulsivo. Uma motivação exagerada de registrar cada instante, sem finalidade aparente, apenas para “passar em branco”.
            O problema não está exatamente em tirar foto constantemente, mas no uso que fazemos dela. Se não quisermos que ela vá parar em lugares indevidos, não tire-a ou não coloque-a onde possa ser copiada e compartilhada. Existem sim crimes na internet, mas devemos assumir nossa parcela de culpa quando arquivos fotográficos ou audiovisuais caem em mãos erradas.
            Em suma, é necessária devida atenção no que tange à nossos arquivos pessoais, pois uma vez expostos nas redes sociais, eles ficam vulneráveis à cópias e consequente divulgação. A constituição prevê pena para crimes cibernéticos, mas se não quiser passar por constrangimentos, evite expor demais sua intimidade.


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Prós e contras das privatizações

            Privatizações tem marcado a história econômica e política do Brasil desde o governo de Getúlio Vargas. Ganhou força na década de 90, quando deixaram de ser estatais empresas como a Vale do Rio Doce, Telesp e Banespa. Geralmente isso acontece quando tais instituições não estão gerando mais lucro para o estado ou tem passado por dificuldades financeiras. Mas quais são os prós e contras dessa tendência mundial?
            Sabe-se que muitas entidades do governo sofrem pela má administração, pelo desvio de recursos e servem para “cabide” de empregos, já que determinados cargos são atribuídos levando-se em conta favoritismos políticos, sucumbindo valores intelectuais e não considerando capacidade produtiva. Isso alimenta uma máfia de politiqueiros interessados em se dar bem e privilegiar pessoas próximas de seu convívio social. Ao contrário das empresas privadas onde o colaborador tem que fazer jus à função que lhe é confiada.
            Um fato inegável é que o estado entrega uma instituição alicerçada com o dinheiro público nas mãos da iniciativa privada, que visa tão somente o lucro, e não pode protegê-la da ambição capitalista. Ainda que haja uma melhora na qualidade dos serviços prestados, devido à concorrência, uma empresa também pode se negar a oferecer um serviço num determinado lugar que para ela se torna não-rentável. A desigualdade tende a aumentar na medida que elas enriquecem empresários e políticos, que se beneficiam quando vencem leilões e licitações.
            As empresas privadas não se capitalizam com dinheiro público. Há investimentos externos, mas ficam sujeitas à crises econômicas, ao contrário das instituições públicas que dificilmente decretam falência. Nelas há menos desvio de desvio de dinheiro e quando fraudes acontecem, são detectadas rapidamente, não prejudicando todos cidadãos.

            O estado têm suas fragilidades e reconhece que não adianta deter todos seguimentos e administrá-los mal. Ele enxerga que é preciso fazer menos, porém melhor. Dar ênfase à setores emergentes, como saúde, educação, segurança. Terceirizar talvez não seja a melhor forma, mas é uma estratégia adotada, que diminui a burocracia, abre a economia ao capital internacional, ainda que perca uma importante fonte de receita.


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Soluções para o congestionamento

O tráfego de veículos na cidade de São Paulo está se tornando a cada dia mais caótico. São cerca de 900 novos emplacamentos diariamente e as vias acesso não dão conta de tamanha demanda. Soma-se ainda a ineficácia do transporte público, tanto de ônibus como de metrô, que carece de infraestrutura, conforto e segurança. Em meio ao caos, motoristas e passageiros veem perdendo sua qualidade de vida, causada pelo esgotamento físico e danos psicológicos do trânsito parado.
            Nos últimos dez anos a frota do município quase que dobrou, enquanto o malha viária não aumentou 10%. Como há poucos corredores exclusivos para ônibus, eles acabam disputando espaço com os demais veículos. Logo, em horários de pico, o trânsito é lento, não organizado, estressante e até mesmo perigoso.
            O que se vê nas ruas, são muitos veículos ocupados por uma só pessoa. Culturalmente, muitos não tem o costume de “dar carona” e acabam pagando o preço pelo “egoísmo”. Foi criado um sistema onde motoristas que estiverem com dois ou mais passageiros, podem pegar uma faixa exclusiva, em determinadas vias e horários, mas sua eficiência é duvidosa.
            Como se não bastasse os problemas de tráfego, o paulistano ainda tem que conviver com a ameaça de assaltos e violência, já que ficam expostos ao perigo, quando estão parados esperando o trânsito fluir. Quem se beneficia disso são vendedores, muitas vezes crianças, que oferecem produtos nos semáforos ou entre as faixas.
            Não adianta proibir a circulação de caminhões nas marginais, enquanto aumenta-se o fluxo de carros nos horários restritos. O problema não foi solucionado com o rodízio, já que não poucos têm mais de um veículo. Portanto, é urgente uma medida mais efetiva, eficaz, pois os paulistanos não podem pagar com a saúde e nem tampouco perderem tempo e dinheiro. 


Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Cotas nas universidades

A reserva de vagas nas universidade para negros tem levantado muitas discussões quanto ao critério usado para classificar o contista como tal. O Brasil tem aproximadamente 40% da população mestiça, logo pode acontecer do branco ter que provar que é afrodescendente, para o mulato se convencer de que é negro.
Estudos tem comprovado que muitos brasileiros que são aparentemente brancos possuem traços genéticos africanos (como lábios carnudos, nariz fornido) e podem se dizer um afrodescendente.  Deste modo, a decisão tem cunho político e ideológico, não necessariamente genético.
Se uma pessoa, visivelmente branca, declarar-se como negra para concorrer às cotas e reivindicar seus direitos, não há como contestar. Apenas exame genético comprovaria, mas seria inviável todos fazerem testes. O mesmo ocorreria com negros que possuem traços europeus, pois muitos mestiços são euro-descendentes.
É dito ainda que as cotas não são benéficas porque segregam. E tudo que divide não pode ser visto como igualitário, além de subestimar seu intelecto, pois o negro não é menos capaz do que um branco. Entra em jogo o conceito afrodescendente que foi criado pelo próprio negro na busca de se aproximar com os mestiços.
A política que visa combater a desigualdade social, econômica e educacional, possui deficiências no que tange à classificação dos cotistas – exigir prova de negritude de qualquer brasileiro é colocar em questão teses, argumentos e provas que permitem interpretações subjetivas.

Bullying, o que é?

            O bullying caiu no rol de estrangeirismos para explicar atitudes com a finalidade de menosprezar, intimidar, humilhar crianças e adolescentes, sem razão aparente, mas de maneira intencional e repetitiva. Ele pode ou não ser seguido de agressão física, porém as consequências psíquicas podem ser ainda mais desastrosas.

            Apelidar, maltratar, subjugar outrem é um ato repudiado, seja no ambiente escolar, seja fora dele e tem sido tratado como crime, já que fere princípios constitucionais como o respeito à dignidade humana. As vítimas, geralmente, não esboçam reação, mas tendem a ficar mais retraídas e podem até contrair comportamento agressivo.
            O problema se torna ainda maior quando as agressões partem de pessoas adultas. Elas condenam determinadas crianças pelo modo como as veem. Professores também podem criticar e repreender mais um aluno do que outro, e culpá-lo por tudo que acontece de errado.
            Há quem identifica o bullying no trabalho, quando existe intimidação regular e persistente que atinge a integridade e confiança da vítima. Entre vizinhos, quando moradores apresentam atitudes propositais e sistemáticas a fim de incomodar e atrapalhar os outros.
            O Código Civil prevê indenização a quem for vítima de ato danoso. Logo, atentar-se àqueles que cometem bullying é de responsabilidade dos pais, escola e sociedade. O diálogo sempre foi o agente conciliador, e é através dele que devemos orientar nossos filhos, alunos e cidadãos.