A reserva de vagas nas universidade para negros tem levantado
muitas discussões quanto ao critério usado para classificar o contista como
tal. O Brasil tem aproximadamente 40% da população mestiça, logo pode acontecer
do branco ter que provar que é afrodescendente, para o mulato se convencer de
que é negro.
Estudos tem comprovado que muitos brasileiros que são
aparentemente brancos possuem traços genéticos africanos (como lábios carnudos,
nariz fornido) e podem se dizer um afrodescendente. Deste modo, a decisão tem cunho político e
ideológico, não necessariamente genético.
Se uma pessoa, visivelmente branca, declarar-se como negra
para concorrer às cotas e reivindicar seus direitos, não há como contestar. Apenas
exame genético comprovaria, mas seria inviável todos fazerem testes. O mesmo
ocorreria com negros que possuem traços europeus, pois muitos mestiços são
euro-descendentes.
É dito ainda que as cotas não são benéficas porque segregam. E
tudo que divide não pode ser visto como igualitário, além de subestimar seu intelecto, pois o negro não é menos capaz do que um branco. Entra em jogo o
conceito afrodescendente que foi criado pelo próprio negro na busca de se
aproximar com os mestiços.
A política que visa combater a desigualdade social, econômica
e educacional, possui deficiências no que tange à classificação dos cotistas –
exigir prova de negritude de qualquer brasileiro é colocar em questão teses,
argumentos e provas que permitem interpretações subjetivas.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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