Fato cultural e histórico é a união
matrimonial entre homem e mulher. Ambos se juntam com a finalidade de
constituir família através do amor recíproco e procriar de modo a perpetuar sua
espécie. Muitos atribuem essas uniões ao desejo pleno de felicidade, já que o
ato significa entregar-se ao outro de modo que não sejam dois, mas apenas um.
Doutrinas tem consagrado esse amor, atribuindo-lhe um significado simbólico e
espiritual. Quais são os verdadeiros motivos que unem corações e quais
circunstâncias os separam?
Muitas sociedades distinguem os
indivíduos de acordo com seu estado civil. Alguns renunciam o matrimônio por
razões religiosas e outros casam-se por tradicionalismo. Há quem prefere não
assumir compromisso algum e assim são intitulados como solteiros convictos. E
existe quem necessita estar com alguém por conveniência – seja para alimentar o
ego, seja para mostrar para os outros que está bem, ou simplesmente porque têm
medo de ficarem sozinhas.
O amor é um sentimento que parte de
um desejo muitas vezes irracional. A gente projeta no outro nossa felicidade,
algo que poderia ser depositado em qualquer pessoa, mas escolhemos
preferencialmente aquela. Então idealizamos o par perfeito e fazemos planos
para que essa união aconteça. O outro deve estar disposto a nutrir sentimento
por quem lhe ama. O que falta, às vezes, é ponderação, racionalidade, já que
certas atitudes são tomadas por impulso e quando isso acontece, aumenta-se a
probabilidade dessa união se desgastar com o tempo.
Toda relação deve ser baseada na
cumplicidade, confiança, dedicação de ambas as partes. Os dois devem procuram
lutar pelos mesmos ideais, somar esforços a fim de atingir o mesmo objetivo.
Porém, muitas vezes não há equilíbrio no relacionamento – alguém pode não estar
mais disposto a renunciar em prol do outro ou podem haver fatores externos que
fragilizam e enfraquecem o relacionamento, como desinteresse pela pessoa e consequente
busca de prazer com outrem.
Cada qual procura suprir sua
carência e desejos de formas diferentes. Nem todos precisam casar-se para serem
inteiramente felizes – tais deficiências podem ser supridas das mais diversas
formas. Subordinar a felicidade ao casamento pode ser uma atitude
frustrante, pois a ação talvez não corresponda às nossas expectativas. A união vai além dos sentimentos e leis – é uma entrega mútua, espontânea,
corajosa, onde deve haver respeito, lealdade, paciência, perseverança e
diálogo, para ser saudável e duradouro.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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