segunda-feira, 17 de junho de 2013

Da indignação à repressão

            Todos têm acompanhado as manifestações que vêm ocorrendo nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre etc., em virtude de que o preço da passagem de ônibus e metrô tiveram aumento. Mas quais são os verdadeiros motivos para tais protestos – é a inflação que assombra a economia, é indignação perante o governo atual, ou são as poucas perspectivas que se vê quanto às melhorias no transporte público?
            Muitos dizem que os movimentos não têm liderança, foco, objetivo claro e definido. Eles agem aleatoriamente, não raras vezes de forma enérgica e impulsiva. A polícia perde o controle da situação e responde de maneira desordenada e ostensiva. O caos se instala, nada se resolve a alimenta o desejo de se rebelar por parte dos manifestantes.
            Há especulações de que as manifestações estão apenas reivindicando direitos como a liberdade de ir e vir, de modo análogo aos movimentos estudantis do século passado. Eles querem uma política mais transparente, mais igualdade e cogitam na isenção da tarifa do transporte, assim como acontece na saúde e educação, que são serviços prestados com o dinheiro público, financiados pelo contribuinte.
            Outros alegam que o país vive um descontrole na sua política monetária, com grande emissão de moeda e consequente aumento da inflação – o poder aquisitivo pode até ter aumentado, mas há muita instabilidade nos preços, fazendo com que o consumidor tenha que desembolsar mais dinheiro para consumir o mesmo produto/serviço.

            Seja qual for o caráter dos protestos, eles devem ser considerados como legítimos. O que não se pode admitir é a desordem e a repressão violenta por parte das autoridades. Prefeitos e governadores têm se manifestado, mas a impressão que se tem é que eles preferem ficar em cima do muro, talvez porque não estão na linha de fogo. Logo, os motins não tem data para cessar, instaurando no país um clima de hostilidade e insegurança.

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