As
pessoas confundem irreverência com rebeldia. Parece que somos criados para
seguir os padrões da sociedade e tudo que destoa do que é “normal”, é tido como
desvio de conduta ou comportamento subversivo. Se você não se veste como a
maioria, é relaxado; se não fuma, nem bebe é “quadrado”; se não transa antes do
casamento é conservador; se não namora é gay! Até quando seremos taxados?
Dizem que na vida a gente tem
vocação – uns para constituírem famílias, outros para o celibato, e alguns para
uma vida leiga e “descompromissada”. Em todas as esferas, busca-se a satisfação
pessoal, bem como o desejo de pertencer a um grupo com o qual mais nos
identificamos. Geralmente a gente tende a se relacionar com pessoas mais
parecidas conosco, que tenham ideais e objetivos em comum. Quando não
conseguimos identificar a qual grupo pertencemos, temos uma crise de identidade
– mudamos com freqüência de amizades, criticamos antigas companhias e nos
frustramos por não sermos aceitos por uma minoria.
Talvez a capacidade maior do ser
humano é saber lidar com as mais diversas situações, com ponderação e bom
senso, sem subestimar pessoas pelo modo como se vestem, pelo seu grau de
instrução, pela suas características extrínsecas.
O estereótipo é uma forma velada de
preconceito, na medida em que subjugamos determinados indivíduos pela sua
aparência física e não pelas suas qualidades intrínsecas.
Haveria menos discriminação se todos fizessem
esforços para tolerar, aceitar e quiçá, integrar aqueles cujo modo de ser foge
à regra ditada pela moda, sociedade e grupos majoritários. Podemos começar pela
aceitação dos médicos cubanos que irão atuar no país e que antes de chegarem,
já eram (e são) muito criticados. Quanto à legalidade do exercício de suas
funções e o regime no qual foram impostos, não fazem deles menos humanos, nem
tampouco lhes tiram a capacidade de fazer o bem.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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