O físico
Benjamin Franklin já dizia que
tempo é dinheiro e não estava errado com essa afirmação. Atualmente, temos tantos afazeres diários que
às vezes o dia fica curto para cumpri-los. É trabalho, são os estudos,
compromissos, família, negócios e quase não há tempo para o lazer. Somos
cobrados, tanto pelas instituições, como pela sociedade, a estar a par de tudo –
tendências, novidades, notícias. O mesmo acontece com nossa formação – precisamos
cada vez mais de qualificação, a fim de mantermos nosso trabalho e galgar novas
posições no mercado.
Essa
necessidade de administrar o tempo para resolver tudo que está pendente tem
levado muitos a sentirem culpa por não conseguirem atingir seus objetivos – a esposa
se queixa que o marido não tem tempo para ela, o filho reclama que os pais ficam o dia todo fora de casa e assim vão adiando esse tempo na esperança de
que um dia tudo se normalize.
Há
quem diga que é prazeroso sair de casa de manhã e só voltar à noite. Eles
sentem-se satisfeitos com a rotina que levam e têm pânico em ficar ociosos. A
verdade é que enquanto o vigor físico existir haverá predisposição para aturar
rotinas. Mas é preciso cautela para não confundir necessidade com obsessão, pois
esta última pode levar ao estresse e a pessoa só percebe quando chega no seu
limite, exteriorizando através de insultos, intolerância, raiva e
agressividade.
O
mundo contemporâneo cobra demais das pessoas – a gente tem que ser filho,
aluno, irmão, colega, cidadão, motorista e se falhamos em algum desses papéis é
porque não estamos preparados para lidar com contratempos. A cultura brasileira
exige que sempre acertemos de imediato, o que de certa forma cria uma
frustração quando não conseguimos desempenhar/realizar/executar determinada
tarefa com êxito.
Devemos
analisar em qual estágio nossa vida se encontra: se é aquele onde não temos
tempo nem pra nós, nem para os outros ou se conseguimos administrá-la de tal
forma que o tempo não interfere negativamente nas relações sociais e familiares.
Mais do que ser reconhecido pelo esforço e dedicação, é preciso medir nossa
satisfação pessoal, além de procurar descobrir qual a imagem que os outros têm
de nós.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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