Existem muitas canções, em especial
as sertanejas, que retratam o grande dilema do amor, os sentimentos que ele
provoca, bem como as paixões e desilusões amorosas. Seria o homem predisposto a
sofrer por amor? Alguns têm medo de sentir atração por outra pessoa, outros têm
interesse por indivíduos diferentes em pouco espaço de tempo. É nato do ser
humano viver essa instabilidade no amor, ou devemos encaram como liberdade e
emancipação dos desejos?
Luiz Felipe Pondé, escritor e
filósofo, já dizia que nem só de liberdade vive o desejo, mas também de medo,
pecado e vergonha. Esse livre arbítrio nos motiva a escolher parceiros com que
desejamos satisfazer necessidades sexuais e caso exista afinidade, constituir
uma relação sólida e duradoura. E quando assumimos compromissos com esta, deveríamos,
pelo menos, honrá-los. Mas eis que fatores instintivos e perversos podem balançar
tal relacionamento.
Certos indivíduos idealizam o
parceiro e projetam nele seus desejos mais íntimos, expõe sua intimidade, pois
acreditam em sua boa índole. Não que isso seja errado, mas em qualquer
circunstância, a racionalidade deve falar mais alto que as emoções. Há pessoas
que mergulham no universo dos sentimentos, na esperança do parceiro
corresponder suas expectativas, não aferindo os riscos e danos que tal
investimento possa custar.
É fácil falar “vá com calma”, “não
se apaixone”, quando na verdade não é possível medir um sentimento, algo
intrínseco e subjetivo, que só quem sente pode questioná-lo. A poetisa Cora
Carolina escreveu que coração dos outros é terra que ninguém pisa. E uma coisa
é certa: ninguém pode se entregar a outrem, sem conhecer a si mesmo, seus
desejos e intenções.
Num tempo em que muitos querem
ganhar tempo, colecionando relacionamento como troféus, é preciso ser menos
instintivo e mais racional. As necessidades sexuais não podem sobrepujar os
valores morais, banalizando as relações amorosas e as instituições como o
matrimônio e união estável. É digno de louvor que sabe administrar seus
desejos, controla seus instintos e não culpa a sociedade pela promiscuidade,
perversão e vazio sentimental humano.
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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