sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Devolva a copa

            Não quero de maneira nenhuma ser contra aos programas que beneficiam pessoas de baixa renda, apesar de duvidar da sua política, gestão e resultados em longo prazo.
            Recentemente a presidente sancionou uma lei que prevê meia entrada para jovens entre 15 e 29 anos de baixa renda em eventos culturais e esportivos – são 40% do total de ingressos. A mesma lei também garantirá pelo menos quatro assentos nos ônibus municipais, intermunicipais e entre estados.
            Engraçado que em algumas partidas de futebol, como aconteceu no estádio do “Mané Garrincha” em Brasília, no clássico entre Santos e Flamengo, a entrada mais barata custava 100 reais. Isso é democracia?
            Quando pensamos em sair de casa para viajar já temos que fazer as contas de quanto pagaremos de pedágio, haja vista que muitas rodovias são privatizadas, o que devia ser uma obrigação do estado, já que o IPVA deveria ser destinado à conservação das estradas.
            Voltado na questão do esporte, o Brasil vai sediar a Copa e as Olimpíadas, mas vem se preparando para isso? A Jornada da Juventude que aconteceu no Rio de Janeiro, apesar do prefeito Eduardo Paes ter dito que foi um sucesso, houve alguns imprevistos como a chuva que levou os fiéis para a praia de Copacabana. Com isso os comerciantes da região do “Campus Fidei” tiveram um enorme prejuízo, uma vez que investiram em infraestrutura e suprimentos, a fim de atender a demanda estimada. Sem contar na “pane” do metrô, a demora e atraso dos ônibus.
            O investimento pesado na construção de estádios já está custando caro para o brasileiro. Há estimativas de que serão aplicados 50 milhões até o final das obras. Tudo isso para atender aos “padrões FIFA”.
            Um país que prioriza o esporte, justificado pelo turismo e aquecimento da economia, também vê o futebol como elevação cultural, mas esquece que sem saúde e educação não se pode construir uma sociedade justa, igualitária, digna de respeito e aplausos.
            A condição de “baixa renda” não determina que uma pessoa não tem capacidade de enxergar o que está diante dos seus olhos: o descaso com o povo, a subestimação de seu intelecto e a ostentação disfarçada num falso poderio econômico, desmantelado pela mazelas da gestão pública.

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

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