segunda-feira, 5 de agosto de 2013

SUS, socorro!

              Com o tempo a gente aprende que sem saúde não somos nada. E que sem plano de saúde, somos menos ainda (se é que plano é garantia de algo).
           Quando o corpo definha, o indivíduo se sente impotente, dependente e nós que estamos de fora não podemos fazer nada a não ser esperar enquanto vê a pessoa sofrendo e abatida. É horrível! Nessas horas a gente pensa em tudo... Até no pior. Já começa a se precaver para tudo que possa acontecer. E tentar se preparar para isso.
            A incapacidade de saber lidar com essas situações é tamanha que não sabemos se dizemos “não, está tudo bem” ou “respira fundo, vai passar”, quando na verdade a situação é crítica e desesperadora. Se vai para o SUS, não tem médico (porque não tem prioridade). A verdade é que a pessoa tem que chegar morrendo pra dizerem “nossa, o estado dela é grave”. Não quero lamentar o descaso da saúde pública (porque isso todo mundo já sabe). Gostaria de salientar que quando estamos doentes vemos o quanto dependemos dos outros para se sentir melhor. Como se já não bastassem os olhares de piedade, compaixão e até mesmo aquele cinismo disfarçado querendo dizer “nossa, que pena”. Ninguém precisa de pena, porque dó às vezes é sinônimo de “bem feito”. O ser humano precisa de saúde, mas acima de tudo, de dignidade. Dignidade não é ser tratado como prioridade, pois o nome disso é obrigação! Dignidade é ser considerado como gente, independente de seu papel na sociedade, haja vista que “pessoas influentes” sempre tem portas abertas onde quer que forem. Agora pessoas “anônimas”, que são apenas números nas estatísticas, não têm voz nem vez. Padece no paraíso daqueles que esbanjam dinheiro público e que sambam na cara de quem está caído nos corredores dos hospitais.
             O estado de São Paulo é o mais rico do país, porém também o que mais necessita de serviços de qualidade. Por que onde não existe uma prestação de serviço à comunidade, não se pode dizer que ele não presta (como é o caso de muitas regiões do país). Mas se o serviço é oferecido ele deve, por excelência, ser garantido a todos, sem distinção, sem partidarismo, sem egoísmo e com decência. Dizer que é referência em saúde é muito fácil. Agora experimente perguntar ao usuário se ele está satisfeito. Quando não falta médico, falta remédio. Quando não, faltam os dois! Ou até mesmo falta tudo, inclusive respeito, cidadania e DEMOCRACIA!

Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos

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