Com o
tempo a gente aprende que sem saúde não somos nada. E que sem plano de saúde,
somos menos ainda (se é que plano é garantia de algo).
Quando o corpo definha, o indivíduo
se sente impotente, dependente e nós que estamos de fora não podemos fazer nada
a não ser esperar enquanto vê a pessoa sofrendo e abatida. É horrível! Nessas horas
a gente pensa em tudo... Até no pior. Já começa a se precaver para tudo que possa
acontecer. E tentar se preparar para isso.
A incapacidade de saber lidar com
essas situações é tamanha que não sabemos se dizemos “não, está tudo bem” ou “respira
fundo, vai passar”, quando na verdade a situação é crítica e desesperadora. Se
vai para o SUS, não tem médico (porque não tem prioridade). A verdade é que a
pessoa tem que chegar morrendo pra dizerem “nossa, o estado dela é grave”. Não quero
lamentar o descaso da saúde pública (porque isso todo mundo já sabe). Gostaria de
salientar que quando estamos doentes vemos o quanto dependemos dos outros para
se sentir melhor. Como se já não bastassem os olhares de piedade, compaixão e até
mesmo aquele cinismo disfarçado querendo dizer “nossa, que pena”. Ninguém
precisa de pena, porque dó às vezes é sinônimo de “bem feito”. O ser humano
precisa de saúde, mas acima de tudo, de dignidade. Dignidade não é ser tratado
como prioridade, pois o nome disso é obrigação! Dignidade é ser considerado como
gente, independente de seu papel na sociedade, haja vista que “pessoas
influentes” sempre tem portas abertas onde quer que forem. Agora pessoas “anônimas”,
que são apenas números nas estatísticas, não têm voz nem vez. Padece no paraíso
daqueles que esbanjam dinheiro público e que sambam na cara de quem está caído
nos corredores dos hospitais.
O estado de São Paulo é o mais rico
do país, porém também o que mais necessita de serviços de qualidade. Por que
onde não existe uma prestação de serviço à comunidade, não se pode dizer que
ele não presta (como é o caso de muitas regiões do país). Mas se o serviço é
oferecido ele deve, por excelência, ser garantido a todos, sem distinção, sem
partidarismo, sem egoísmo e com decência. Dizer que é referência em saúde é
muito fácil. Agora experimente perguntar ao usuário se ele está satisfeito. Quando
não falta médico, falta remédio. Quando não, faltam os dois! Ou até mesmo falta
tudo, inclusive respeito, cidadania e DEMOCRACIA!
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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