Até
por volta da década de 60 do século passado tudo que era relacionado à sexualidade
representava um tabu na vida das pessoas – o sexo não saía das quatro paredes e
as gerações cresciam cheias de dúvidas e equivocadas. Todavia houve muitas
mudanças culturais – movimentos que pregavam a liberdade sexual – e com o
passar do tempo o universo sexual, que era privado, passou a fazer parte do
contexto social. Atualmente o sexo é encontrado sob forma de conteúdo, serviço,
produto, o que faz com que qualquer um possa ter acesso a ele ou às fontes de
erotismo e de prazer.
Até
hoje muitos pais usam da metáfora para designar órgãos sexuais, bem como relações
que envolvam o ato sexual. A criança cresce com esse sentido figurado e não
raras vezes descobre sozinha o próprio corpo, pois se não tem quem ensina e
orienta, ela mesma vai em busca das informações. Tal atitude pode ser negativa
na medida em que ela vivencia experiências que não necessariamente precisa, o
que pode culminar numa perversão sexual, banalização do sexo ou até aversão a
ele.
Falar
sobre sexo é tão normal quanto discutir sobre religião e não existe idade
mínina para que o assunto seja introduzido no âmbito familiar. O que não pode
acontecer é passar a informação errada, porque o adolescente precisa de alguém
em quem confiar e seus pais não dizem a verdade, ele(a) vai buscar outras
fontes e recursos. Por isso é importante comentar sobre nossas próprias
experiências sexuais a fim de que os “inexperientes” não repitam erros que a
gente cometeu.
É
preciso lembrar que ninguém está incentivando a prática do sexo como única
fonte de canalizar nossas energias. O assunto deve ser abordado de modo que os
jovens tenham ciência de que ele é saudável, mas que não existe idade certa
para se ter a primeira relação sexual, nem tampouco que quem não pratica sexo é
anormal e sofre de algum distúrbio – cada qual tem necessidade ou não de ter
relações sexuais seja com quem ou quantas vezes quiser.
A
educação sexual não é papel só da escola – pais, responsáveis, tios, irmãos,
avós ou amigos têm o dever de acompanhar o processo evolutivo da sexualidade da
criança/adolescente, de modo que este não cresça à mercê da sociedade. A promiscuidade
é um mal que vitima milhares de jovens e colocam-nos num mundo de fantasia,
ilusório e surreal, e quando “acordam” já estão doentes e dependentes de sexo
tal qual usuário de drogas. Sexo é bom, mas deve ser ponderado!
Vinícius Vendrame, publicitário, 26 anos
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